CÂMARA DOS DEPUTADOS

Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou sábado (4/10) que pretende conduzir os trabalhos da Casa “sem viés ideológico” e defendeu que a neutralidade é importante para garantir o equilíbrio nas decisões do Legislativo.

“Cabe a mim, como presidente da Câmara, trabalhar as matérias sem viés ideológico. É isso que garante o equilíbrio necessário para que a gente avance com as pautas dentro da Câmara”, publicou nas redes sociais.

A declaração ocorre em meio ao esforço de sua gestão para reconstruir a imagem da Câmara após o desgaste causado pela PEC da Blindagem. A proposta, que dificultava investigações contra parlamentares, acentuou diferenças com o Senado e colocou em dúvida o discurso de renovação defendido por Motta ao assumir o comando da Casa.

Nos bastidores, líderes admitem que o episódio afetou a imagem dos deputados, o que levou Motta a adotar um discurso de avanço institucional. O movimento, segundo interlocutores, busca reforçar que sua gestão não será guiada por pressões de grupos políticos, mas pela tentativa de restaurar o protagonismo da Câmara em um momento de pressão social.

A nova estratégia aposta em uma pauta de caráter positivo, com foco em segurança pública, isenção do Imposto de Renda e fiscalização da venda de bebidas falsificadas. A avaliação interna é de que esses temas têm forte apelo popular no momento e podem ajudar a recuperar a credibilidade.

A mudança de tom também reflete uma preocupação eleitoral. Com as eleições de 2026 no horizonte, líderes partidários avaliam que a Câmara precisa se afastar de pautas consideradas “tóxicas”, nas próprias palavras de Motta, e focar em temas com mais apelo popular. Neste cálculo, o projeto de anistia fica em segundo plano.