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Desde a redemocratização do Brasil, na metade dos anos 1980, Rodrigo Pacheco (DEM) é o segundo mineiro a tentar presidir o Senado Federal. O último parlamentar do estado a participar da corrida pelo comando da Casa legislativa foi Arlindo Porto (PTB), em 2001. À época, ele obteve 28 votos, ante os 41 conseguidos por Jader Barbalho (MDB-PA), o vencedor. Pacheco deve oficializar sua candidatura nesta semana. Se triunfar, será o oitavo senador de Minas Gerais a ocupar a presidência da Mesa Diretora. O último foi Magalhães Pinto, entre 1975 e 1976. Ele era filiado à Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido que dava sustentação ao regime militar.
O primeiro mineiro a assumir o comando da Câmara Alta do Congresso Nacional foi Afonso Pena, em 1902, quando a capital federal ficava no Rio de Janeiro. Ele permaneceu no posto até 1906, substituído pelo fluminense Nilo Peçanha. Entre 1910 e 1914, Wenceslau Braz presidiu o Senado. Quatro anos depois – e até 1920 – foi a vez de Delfim Moreira. O quarto senador por Minas Gerais a dirigir os trabalhos legislativos foi Bueno da Silva, que substituiu Delfim por dois anos.
Fernando de Mello Vianna assumiu a presidência em 1926, posto que ocupou até 1930, quando Getúlio Vargas, então chefe provisório do Poder Executivo, resolveu dissolver o Congresso. Entre março e maio de 1936, a presidência coube a Waldomiro Magalhães. Depois dele, um hiato de quase 40 anos se estabeleceu, e Magalhães Pinto foi o responsável por colocar fim ao tabu.
Emedebista Simone Tebet deve ser a concorrente à presidência da Casa(foto: Pedro França/Agência Senado - 10/7/19)
Agendada para o próximo dia 2, a disputa para o biênio 2021-2023 terá, além de Pacheco, a sul-mato-grossense Simone Tebet (MDB). Em meio à busca por votos, uma das apostas do mineiro é o apoio dos conterrâneos. Antonio Anastasia e Carlos Viana são filiados ao PSD e tiveram papel essencial na articulação que garantiu o endosso dos pessedistas à candidatura do postulante do DEM. Por ser dono da segunda maior bancada do Senado, com 11 representantes, o PSD tem papel estratégico na corrida rumo à Mesa Diretora.
O apoio do PSD começou a ganhar corpo no dia 5, quando uma reunião na casa do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, firmou as bases do acordo. Antonio Anastasia, atualmente na vice-presidência, chegou a ser cogitado como candidato. Ao fim do encontro de representantes de seu partido com Pacheco, Anastasia ressaltou o simbolismo da união. “Não há dúvida de que Minas Gerais retoma um protagonismo muito forte no cenário nacional. A candidatura ao Senado, por parte do Pacheco, foi objeto da reunião com nossos senadores. Nós, mineiros, temos de fortalecer o robustecimento das pautas, e o nome do Rodrigo, por ser mineiro, tem forte inclinação”, disse.
Carlos Viana também comemorou o papel de Minas Gerais para a construção da aliança. “O que fizemos foi dar um grande passo pela união da bancada de Minas Gerais, que é tornar Minas um estado que tenha, novamente, relevância política, o que perdemos nos últimos anos. O PSD entende que a candidatura de Rodrigo Pacheco é importante para Minas Gerais”, afirmou, à ocasião. “Superamos todas as divergências políticas em torno do principal objetivo, que é trazer para Minas Gerais os investimentos e apoio necessário junto ao governo federal e ao Congresso”, vislumbrou.
Votos indefinidos
A maioria das legendas com representação no Senado já definiu quem apoiar. Pacheco, por exemplo, tem o apoio de partidos que, juntos, controlam 41 dos 81 parlamentares. Se a orientação das agremiações for seguida, o número é suficiente para vencer a disputa. O cenário, contudo, não leva em conta possíveis traições – o que pode ocorrer, já que a votação é secreta.
Até mesmo partidos à esquerda, como PT e PDT, estão no cordão em torno de Pacheco. A Rede Sustentabilidade, com dois senadores, e o PSB, com uma representante, também compõem o campo progressista, mas ainda não tornaram públicas suas escolhas. A pessebista no Senado é Leila Barros, ex-jogadora da Seleção Brasileira de Vôlei. O Estado de Minas procurou a parlamentar, eleita pelo Distrito Federal, para saber a opinião dela sobre a disputa. A assessoria da congressista, entretanto, afirmou que ainda não há posição definida.
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O primeiro mineiro a assumir o comando da Câmara Alta do Congresso Nacional foi Afonso Pena, em 1902, quando a capital federal ficava no Rio de Janeiro. Ele permaneceu no posto até 1906, substituído pelo fluminense Nilo Peçanha. Entre 1910 e 1914, Wenceslau Braz presidiu o Senado. Quatro anos depois – e até 1920 – foi a vez de Delfim Moreira. O quarto senador por Minas Gerais a dirigir os trabalhos legislativos foi Bueno da Silva, que substituiu Delfim por dois anos.
Fernando de Mello Vianna assumiu a presidência em 1926, posto que ocupou até 1930, quando Getúlio Vargas, então chefe provisório do Poder Executivo, resolveu dissolver o Congresso. Entre março e maio de 1936, a presidência coube a Waldomiro Magalhães. Depois dele, um hiato de quase 40 anos se estabeleceu, e Magalhães Pinto foi o responsável por colocar fim ao tabu.
Emedebista Simone Tebet deve ser a concorrente à presidência da Casa(foto: Pedro França/Agência Senado - 10/7/19)
Agendada para o próximo dia 2, a disputa para o biênio 2021-2023 terá, além de Pacheco, a sul-mato-grossense Simone Tebet (MDB). Em meio à busca por votos, uma das apostas do mineiro é o apoio dos conterrâneos. Antonio Anastasia e Carlos Viana são filiados ao PSD e tiveram papel essencial na articulação que garantiu o endosso dos pessedistas à candidatura do postulante do DEM. Por ser dono da segunda maior bancada do Senado, com 11 representantes, o PSD tem papel estratégico na corrida rumo à Mesa Diretora.
O apoio do PSD começou a ganhar corpo no dia 5, quando uma reunião na casa do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, firmou as bases do acordo. Antonio Anastasia, atualmente na vice-presidência, chegou a ser cogitado como candidato. Ao fim do encontro de representantes de seu partido com Pacheco, Anastasia ressaltou o simbolismo da união. “Não há dúvida de que Minas Gerais retoma um protagonismo muito forte no cenário nacional. A candidatura ao Senado, por parte do Pacheco, foi objeto da reunião com nossos senadores. Nós, mineiros, temos de fortalecer o robustecimento das pautas, e o nome do Rodrigo, por ser mineiro, tem forte inclinação”, disse.
Carlos Viana também comemorou o papel de Minas Gerais para a construção da aliança. “O que fizemos foi dar um grande passo pela união da bancada de Minas Gerais, que é tornar Minas um estado que tenha, novamente, relevância política, o que perdemos nos últimos anos. O PSD entende que a candidatura de Rodrigo Pacheco é importante para Minas Gerais”, afirmou, à ocasião. “Superamos todas as divergências políticas em torno do principal objetivo, que é trazer para Minas Gerais os investimentos e apoio necessário junto ao governo federal e ao Congresso”, vislumbrou.
Votos indefinidos
A maioria das legendas com representação no Senado já definiu quem apoiar. Pacheco, por exemplo, tem o apoio de partidos que, juntos, controlam 41 dos 81 parlamentares. Se a orientação das agremiações for seguida, o número é suficiente para vencer a disputa. O cenário, contudo, não leva em conta possíveis traições – o que pode ocorrer, já que a votação é secreta.
Até mesmo partidos à esquerda, como PT e PDT, estão no cordão em torno de Pacheco. A Rede Sustentabilidade, com dois senadores, e o PSB, com uma representante, também compõem o campo progressista, mas ainda não tornaram públicas suas escolhas. A pessebista no Senado é Leila Barros, ex-jogadora da Seleção Brasileira de Vôlei. O Estado de Minas procurou a parlamentar, eleita pelo Distrito Federal, para saber a opinião dela sobre a disputa. A assessoria da congressista, entretanto, afirmou que ainda não há posição definida.