Por: Benny Cohen e Lucas Bretas
Um dos maiores empresários do país, o mineiro Rubens Menin vê o copo "meio cheio" ao analisar o cenário econômico do Brasil e projeta evolução em 2024. Mas faz uma advertência: o país não usa todo o potencial de crescimento. Foi o que declarou em entrevista ao programa "EM Minas", exibido na noite deste sábado na TV Alterosa.
Aos 68 anos, o investidor tratou de temas relacionados à economia, política, filantropia e também falou sobre os projetos como sócio da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Atlético, clube do qual é torcedor e apoiador histórico. Menin é um dos fundadores da MRV, empresa de incorporação e construção no ramo da engenharia civil. Ele ocupa o cargo de presidente do Conselho de Administração da companhia que ajudou a criar em 1979. O grupo iniciou, recentemente, processo de internacionalização e passou a investir no ramo imobiliário também nos Estados Unidos. Ele também preside o Conselho de Administração do Banco Inter
O ano de 2023 terminou com um crescimento de quase 3% do PIB e com o desemprego em queda. Isso é bastante? Como vê a situação do país hoje, economicamente?
Primeiro tem gente que acha que o copo está meio cheio, outros meio vazio. Acho que está meio cheio. Mas é um país muito fértil, a gente tem muita coisa para fazer. Infelizmente, não usamos todo o potencial de crescimento no Brasil, mas 2023 foi muito melhor do que a maioria das pessoas esperaram. Quando você pega a pesquisa Focus, do Banco Central, de janeiro de 2023, o crescimento do PIB era pequeno. Inflação maior. Então, foi tudo muito melhor. Exportação… Foi muito melhor. Agora 24, né? Eu acho também que nós vamos entregar mais aí no nosso Brasil do que as pessoas estão esperando. Precisamos sempre de alguns ajustes, algumas melhorias.
De onde vem essa confiança?
Olha, tem muitas coisas. Eu tenho conversado com muitas pessoas. Tem muitas alavancas boas. PIB brasileiro, a economia… Tem muita coisa boa. Tem outras coisas que estão um pouquinho mais difíceis. Eu acho que talvez o grande dificultador seja as taxas de juros um pouco elevadas, que inibe os investimentos. Então isso aí, talvez seja o vento contrário. Tem muita coisa boa para ser feita no Brasil. O potencial de crescimento do PIB brasileiro, tem gente fala que 1,5%, outros 3%, outros 2,5%... Eu acho que é superior a três. Nós precisamos disso. Este país precisa crescer. Nós precisamos gerar emprego. Não só emprego, mas o desenvolvimento social, desenvolvimento econômico, melhorar a qualidade de vida das pessoas e nós temos condições de fazer isso.
O ministro da Economia, Fernando Haddad, está indo bem?
Eu acho que sim. Eu gosto do Haddad. Posição dificílima a dele. Pessoa séria, pessoa honesta, que ouve bem. Eu falo que o Haddad tem o ouvido desse tamanho. Ele ouve todos os setores. Agora, a situação dele não é fácil. Porque tem muita pressão por todos os lados. Então é difícil, você tem que ficar ali igual equilibrista. Pegou uma dívida pública grande, tem um déficit público já encomendado grande. Ele tem que resolver tudo isso, mas eu acho que o primeiro ano do Haddad foi muito bom.
Nesse cenário que nós estamos descrevendo aqui, como é que o setor da construção civil vem desempenhando? O cenário já é confortável? Como você descreve esse momento?
Olha, a construção no Brasil é muito sustentável. A gente tem feito no Brasil mais ou menos 600, 700 mil unidades por ano. Isso é muito pouco. A gente deveria fazer de 1 milhão e 400 mil a 1 milhão e 500 mil. Nós estamos fazendo a metade.
Isso tudo em moradia popular?
Moradias no geral. Mas a grande maioria é popular. Aí tem alguns inibidores. A população precisa ter renda, mas mais importante que a renda são os juros. Quanto maior os juros, maior a prestação – menos cabe no bolso das pessoas. Então, juros altos são inimigos da construção civil. Aumentou 3% o juro do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) ano passado. É muita coisa. O bolso das pessoas fica pequeno. Então, acho que é a hora de os juros diminuirem, acho que a burocracia tem que melhorar um pouquinho. Está melhorando, mas não tanto. Essa construção vai ser um dos fatores de sustentação do nosso crescimento econômico.
Esse ritmo do corte da taxa de juros está adequado ou gostaria que fosse com maior rapidez?
Eu tenho defendido isso. Eu acho que o Banco Central independente é importante. Nós precisamos do Banco Central independente. Mas acho que ele errou a mão um pouquinho. Ele abaixou mais do que precisava. E está provado isso. Depois subiu muito rápido, muito rápido. Isso foi muito ruim. Pegou muita gente com investimento no meio do percurso, com uma taxa muito elevada. Machucou muita gente. E agora tem espaço para abaixar mais rápido e já tem gente prevendo, né? Os mais otimistas falam que chegará no final do ano com 7,5%, que é o que eu defendo. 9%, 9,5% é o consenso, mas já tem alguns economistas... Alguns economistas bons, que conhecem muito, como por exemplo o Joaquim Levy, que foi ministro. O Mansueto (Almeida), que foi do Governo e hoje está na iniciativa privada. A própria Rafaela (Vitória), nossa economista do Banco Inter. Então, tem gente que acha que as condições macros já permitem uma redução mais rápida. Agora, depende muito do mundo, dos Estados Unidos, né?
E lá a coisa deu uma freada, porque todo mundo achou que a taxa ia baixar, permitindo que o Brasil acelerasse isso também. Mas não está acontecendo.
Exatamente. Aparentemente, não tem nada mostrando que a taxa não possa descer. A questão é de quando, né? A não ser que aconteça outra maluquice. Outra guerra na Ucrânia, ou outra pandemia – esses dois fatores foram muito fortes. Foi o que trouxe a inflação de volta, crise de abastecimento da linha de produção. Faltou chip aqui no Brasil por um ano para a indústria automobilística e outras coisas. A cadeia de produção foi desmantelada.
Vamos falar de Minas Gerais. O nosso estado favorece investimentos de grande porte?
Acho que sim. Por exemplo, nós [família Menin] temos três empresas listadas na bolsa de valores: a MRV, o Inter e a Log. As três têm sede aqui em Minas Gerais. E eu te falo por que é que é bom. Nós temos uma população grande, 20 milhões de habitantes. Nós temos boas escolas de formação de profissionais. Minas tem escolas tradicionais, como a UFMG, que eu estudei lá. E temos bons colégios de ensino médio. Então, nós temos uma população boa aqui, quando você compara com o resto do Brasil – até diria num nível melhor do que a média. E você consegue capacitar melhor essas pessoas, porque a empresa tem que capacitar. Olha que interessante, que eu acho mais importante: as empresas têm um turnover (fluxo de entrada e saída de colaboradores) mais baixo em Minas. Então, a gente tem um um tempo médio de empresa muito superior, por exemplo, que as empresas de São Paulo. Então, Minas tem vantagens competitivas que a gente não está sabendo explorar.
Por que isso acontece?
Por tudo isso que eu te falei e mais algumas coisas. Vou dar um exemplo: morar numa cidade grande é muito difícil e muito caro. Agora, você é obrigado a morar na cidade grande. Belo Horizonte tem características interessantes. Tem características de uma cidade grande e, ao mesmo tempo, uma mobilidade que já não é tão boa, melhor que São Paulo. Então, o custo de vida em Belo Horizonte é menor. Se você ganhar R$ 10 mil em São Paulo e R$ 10 mil em Minas, R$ 10 mil aqui valem mais. Tem coisas boas. A vida aqui é mais tranquila. Então, a gente tem que aproveitar. O clima aqui é bom, né?
É um lugar interessante para grandes investimentos?
Eu acho que sim.
Qual a sua avaliação do governo Zema até o momento?
Estou um pouco longe da política. Acho que o Zema fez um bom primeiro governo, primeiro mandato. O segundo mandato, eu acho que o Zema precisa compor com a Assembleia (ALMG). Acho que, politicamente, o governo está precisando alinhar melhor as coisas. Talvez. Eu gosto do Zema, excelente pessoa, mas talvez esteja faltando um alinhamento melhor com o mundo político. Se não tiver esse alinhamento, as coisas não vão sair. Quer dizer: não adianta você ter uma boa intenção – que ele tem boas intenções, boas ideias –, mas você ter um alinhamento melhor na parte… Então, acho que a parte política dele está um pouco, talvez, complicada. E está pedindo algumas coisas.
Os projetos não passam…
Não passam, aí nós somos reféns disso. Nem quero falar mal da Assembleia, não! Problema de alinhamento mesmo. Isso faz parte do jogo. Faz parte, então quem não consegue esse alinhamento tem uma série de dificuldades.
Como é essa história de investimentos em vinho?
É uma coisa que eu gosto muito, mas é um negócio, uma indústria boa. Aliás, é a indústria que mais emprega na Europa, a indústria do vinho. Por incrível que pareça. Eu tenho uma certa paixão pelo vinho. Vi que Portugal era uma boa oportunidade de investimentos. Porque eu acho que como todo investimento tem que dar certo, tem que dar retorno. Já foi premiado. Nós estamos há seis anos só, tivemos vários prêmios. O vinho está sendo muito reconhecido. Então, isso dá muita alegria para a gente.
Como é o projeto filantrópico Cidade dos Meninos São Vicente de Paulo, com o qual você está envolvido há anos? Como é essa experiência?
Olha que interessante… O mineiro às vezes precisa dar valor às coisas que a gente tem aqui dentro. O projeto é o maior projeto social do Brasil. Tem um projeto de educação do Bradesco que é maior, mas assim, projeto social mais abrangente que ali… Falando da cidade. Eu fui lá essa semana, que nós estamos fazendo 30 anos. São 5.000 meninos ali. Ali nós estamos fabricando gente de qualidade. É uma pessoa que tem uma carência. Hoje mesmo recebi um um menino que foi da São Vicente, foi para a MRV, está lá e é um sucesso da MRV. A gente está fazendo muita gente. Isso vai fazer diferença na sociedade. Está fazendo há 30 anos, vai fazer cada vez mais. O que a gente tenta fazer na São Vicente de Paulo também é ajudar, juntar pessoas. Hoje, nós temos um conselho grande, precisamos ajudar financeiramente. Mas a sociedade é isso. E o Brasil, em particular, registra uma desigualdade social ainda muito grande. Essa semana mesmo, eu vi um estudo mostrando que os 10% mais ricos, brancos, ganham 56 vezes mais do que os 10% negros, mais pobres. Quer dizer, é uma disparidade absurda. É uma vergonha. Nós temos que acabar com isso.
Como você vê o papel do empresário?
No Brasil, o povo é solidário, mas não tem o hábito da filantropia. Um país que tem tanta carência igual ao nosso, tanta desigualdade social… Só 0,4% do PIB é com filantropia. Nos Estados Unidos, que é um país rico, 2%. Quer dizer: nós tínhamos que multiplicar por cinco para chegar lá. As pessoas precisam de bons projetos. Muitas pessoas, às vezes, não doam porque não conhecem um projeto bom, têm medo e tal. Então, nós precisamos trabalhar o lado dos projetos, mas também trabalhar o convencimento da sociedade de que temos que doar. Eu acho que a empresa tem que doar. Por exemplo, em Minas. A gente ganha dinheiro aqui em Minas. Uma parte disso tem que voltar para a sociedade. Isso eu falo sem nenhuma demagogia. Eu acredito nisso demais para mim. É o que se chama hoje de ESG (Environmental, Social and Governance). Para mim, isso é muito mais antigo, que há dois anos não tinha sigla. Mas já existia. Tem que ter uma conscientização da população que nós temos que devolver para a sociedade. Se não, não tem graça.
Vamos falar um pouco de Atlético. Como foi assumir um clube com uma dívida bilionária na época, né? Conta para a gente como é que foi isso.
Óbvio que tem paixão nisso. Tem! Não tem jeito de não ter, né? Eu vejo o seguinte: o futebol brasileiro está em baixa. Já não está naquela baixa, mas ainda está em baixa. Você vê que o desempenho nosso nas competições está muito ruim. A gente não ganha uma Copa desde 2002, fomos desclassificados para as Olimpíadas. Os maiores jogos hoje são feitos na Europa. Mas isso é o lado positivo da coisa: nós somos, por exemplo, o país que mais produz jogador, mas não aproveitamos esses jogadores aqui. E o futebol está sendo organizado. Já existe uma série de clubes que já estão se organizando. A Lei da SAF foi muito importante para o futebol brasileiro. Senão o futebol ia acabar, literalmente. Então, o Brasil tem 10, 12 times grandes. Não tem nenhum outro país do mundo que tenha isso. Então, nós podemos ter 12 times jogando clássicos por ano. Se esses times tiverem boa qualidade, nós vamos vender isso para o mundo todo. Vamos voltar a vender para o mundo todo. Hoje, o futebol brasileiro está em um espaço pequeno no mundo e, consequentemente, com menos dinheiro. Na hora que isso melhorar… Eu acho que o futebol é uma indústria. É 1,5% do PIB na Inglaterra. No Brasil, é 0,4%.
E foi isso que o fez pensar: 'Ah, vou assumir a SAF do Atlético'?
Também. Primeiro, o seguinte: o Atlético está com sérios problemas, que são públicos. A dívida do Atlético estava uma loucura, completamente descompensada. A gente entendia que tinha problemas de gestão muito sérios, porque o futebol não é só o futebol. É o futebol também. Então, por trás do futebol, estava muito desencontrado. E, por sorte, tinha uma turma de atleticanos que queriam ajudar… Eu não faço sozinho. Nós temos uma série de amigos. Ricardo Guimarães, Renato Salvador, Rafael (Menin), meu filho, Sérgio Coelho, que é o presidente, o Bruno Muzzi (CEO). Tem muita gente. O próprio José Murilo (ex-vice-presidente), que saiu. Então, essa turma se uniu e a gente está remando todo mundo junto. Fica muito mais fácil. O Conselho do Atlético é muito bacana, apoiou tudo que a gente fez. A gente teve a sorte de construir a Arena MRV, que é um case. Mudou a vida do Atlético, vai mudar mais ainda. Ganhamos um título que a gente não ganhava há bastante tempo, depois de 50 anos, o Campeonato Brasileiro. É um time que hoje é respeitado no Brasil. Hoje, quando você fala nos três grandes do Brasil, tem outro, mas os mais falados são Flamengo, Palmeiras e Atlético. Tem um respeito. Então, a gente vai jogar em qualquer lugar, a gente vai com a delegação. O pessoal respeita o Atlético. O Atlético chega, é cheio de menino vendo o Hulk. Temos ídolos.
Você fala sempre em transformar o Atlético em uma potência mundial. Como é o caminho para chegar nesse objetivo?
A gente acha que o Brasil tem que ter igual tem o Real Madrid, tem o Manchester City, né? Tem o PSG… O Brasil tem que ter time de potência mundial. Para isso, você tem que organizar o futebol brasileiro, não pode ser só Atlético. Então, a gente tem que organizar o futebol brasileiro. Eu acho que é fundamental a liga, que vai acontecer. Isso não tem dúvida que vai acontecer. Vai vir muito mais dinheiro e, a partir daí, os clubes têm que se ajustar. Em uma SAF, por exemplo, se você quebrar, quebra as pessoas. Antes o futebol quebrava, não acontecia nada, era uma bagunça, né? Não tinha CPF envolvido. Hoje nós temos 12 SAFs no Brasil, e elas são gerenciadas com esmero, igual uma empresa privada. Evidentemente que você sabe que é futebol, você tem a torcida cobrando. Então é complexo, mas eu acho que nós estamos no caminho certo. O Atlético e o futebol brasileiro.
Qual foi o jogo que mais o emocionou na Arena MRV até agora?
Acho que foi o primeiro jogo. Para mim, a hora que eu vi aquilo funcionando bacana, achei sensacional, né? Na Arena, o primeiro jogo foi muito marcante. Tem tanto jogo bacana, mas eu vou lembrar o último agora que foi muito marcante, que a gente estava na Bahia. O Bahia fez 2 a 0 no Atlético. Foi: 'Nossa, vai adiar esse título'. Mas a gente tinha confiança de que o título vinha. Aí o Atlético fez 'tuf'! Três de uma vez (risos). Na hora eu não acreditei nisso, não. É bom demais. Depois de a gente ter tanto azar, nosso amigo lá de cima, com muito respeito, nos iluminou, né?
Mas por outro lado, duas derrotas para o Cruzeiro na Arena…
Isso foi ruim.
Isso doeu demais?
Bom, primeiro o seguinte: é bom. Bom assim, a gente estava de salto alto, né? 'Ah, Cruzeiro e tal…'. Clássico é clássico. O time do Cruzeiro entrou lá mordendo.
Provavelmente, tinha uma motivação a mais…
Tinha uma motivação a mais que a gente. O segundo jogo foi um jogo mais 'truncadão' e tal... O Cruzeiro fez 2 a 0. Esse troço está engasgado aí, na Arena. Ficou ruim para nós, mas a gente vai reverter isso.
Como você define o atleticano?
É a torcida mais fanática do Brasil, e isso é indiscutível. Quer dizer, os jogadores que vêm jogar aqui sabem que é verdade. Os jogadores de fora… Você vê declarações de jogador. Quando é aqui, o negócio é mais difícil. No Atlético, a torcida é maluca. O atleticano é maluco. Em um bom sentido, né? E é fanático mesmo, né? E agora está sendo um momento bacana. A gente tem uma pesquisa de seis a 16 anos. A quantidade de menino… Das torcidas que mais crescem no Brasil, o Atlético é uma delas - de seis a 16. Então, essa meninada toda que está aí é toda atleticana, e eles gostam muito de futebol. Nós vamos ver aquele fluxo de torcedor, aquela massa atleticana cada vez mais concentrada. E a torcida vira mesmo. Na Libertadores, aquele 'eu acredito'... Isso é fundamental.
Agora, a torcida tem reclamado da questão do ingresso, dos preços na Arena... Como é que vocês vão conseguir achar esse equilíbrio?
O preço médio do Atlético é igual ao do Cruzeiro, tá? Cruzeiro no Mineirão, nós na Arena, é o mesmo preço. Mas eu acho o seguinte: que a Arena tem como todo estádio no mundo hoje faz. Você tem que ter um ingresso mais popular, que é necessário que seja. O futebol é do povo. Mas também, aquele que quer muito, tem que ser mais caro. Tem que ter assim, vamos dizer assim, um certo… Aquele cara que quer um camarote, uma cadeira muito bem localizada, um estacionamento, tem que pagar mais. E aquele torcedor que é menos provido, tem que ter um lugar para ele lá. Eu acho que o ingresso médio está bom. Talvez, a gente tenha que 'abrir um pouco mais a perna' assim, entre o barato e o caro.