Brasília - A exoneração do diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais ( Inpe ), o físico Ricardo Galvão, foi duramente criticada por ambientalistas. Galvão deixa o posto após quatro anos à frente do Instituto. Desde o mês passado, ele vem sendo atacado por Jair Bolsonaro, que questiona, pessimamente assessorado, dados de desmatamento da Amazônia apresentados pelo Inpe.

A reportagem do jornal O Globo destaca que "no Twitter, a ex-ministra do Meio Ambiente (MMA) Marina Silva afirmou que Galvão foi demitido por sua 'extrema competência, altivez' e porque "não se acovardou diante das ameaças" de ministros e do presidente Jair Bolsonaro ."


A ex-candidata à presidência diz: "Bolsonaro tenta destruir uma instituição de 50 anos de existência, tentando impor a lei da mordaça e do autoritarismo", escreveu a ex-ministra. 'Vida longa ao Dr. Ricardo Galvão, aos bravos cientistas do Inpe e aquela admirada instituição! Somos todos Inpe! O ataque ao Inpe é o ataque a honradez, à competência, à ciência, ao interesse público e à Constituição'."

A matéria ainda acrescenta que "a ferramenta Deter (Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real), que apontou, em julho, um nível recorde de alertas da devastação da cobertura florestal, foi criada durante a gestão de Marina à frente do MMA (2003-2008). Os índices divulgados nos últimos meses foram contestados pelo governo federal e estão no epicentro das discussões entre Galvão e Bolsonaro."