Mais de duas mil pernambucanas embarcam neste domingo (11) rumo à 6ª marcha das margaridas, em Brasília, no Distrito Federal. O ato, que teve a primeira edição no ano 2000, acontece de 4 em 4 anos, e protesta contra a retirada de direitos, machismo e todas as formas de violência contra as mulheres. A mobilização é organizada nacionalmente pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG). Em Pernambuco, a organização da marcha fica a cargo da Federação de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco (FETAPE).

A diretora de políticas para mulheres da FETAPE, Adriana do Nascimento, detalha quais serão as pautas abordadas pelas ativistas. 

"São mulheres agricultoras familiares, ribeirinhas, extrativistas, dos mais diversos recantos deste país que vão a Brasília poder fazer um ato de protesto, de denúncia e reivindicação, para demarcar política dessas mulheres. Do ano 2000 para cá, a gente tem se posicionado dessa forma", disse.  

 A marcha recebe o nome de Margaridas em homenagem a líder sindical paraibana, Margarida Maria Alves. Ela foi a primeira mulher presidente do sindicato dos trabalhadores rurais da cidade, e chegou a movimentar mais de 600 ações trabalhistas, em 12 anos de gestão. O trabalho da ativista foi interrompido em 1983, quando foi assassinada. Passados 36 anos desde o assassinato da militante, Adriana do Nascimento critica a conjuntura política atual em relação ao direitos das mulheres

"A gente não pode considerar as medidas que estão sendo tomadas nesse país como algo que se governe, que faça algo pelo povo. Pelo contrário, são medidas que retiram direitos. Então essa conjuntura exige ainda mais que as mulheres do campo vão para as ruas para poder está denunciando", declarou. 

A Marcha das Margaridas deste ano começa na próxima terça-feira (13), e continua até quarta-feira (14). O ato traz como lema da edição “Margaridas na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência”.