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string(123) "Mandetta diz que relação com Bolsonaro 'preocupa': 'População não sabe se escuta o ministro da Saúde ou o presidente'"
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O presidente tem entrado em comércios em Brasília e aglomerado muitos seguidores, indo na contramão da recomendação de Luiz Henrique Mandetta, que reforça diariamente a importância do isolamento social. Mandetta disse que, em episódios assim, a população brasileira fica sem saber em quem acreditar para seguir as dicas.
“Ela preocupa (a relação), porque a população olha e fala assim: mas, vem cá, será que o ministro da Saúde é contra o presidente, né? E não há ninguém contra nem a favor de nada. O que eu digo: o nosso inimigo, o nosso adversário, quem a gente tem que ter foco, para falar ‘esse aqui é o nosso problema’, é o coronavírus, é ele que é o nosso principal adversário, nosso principal inimigo. se eu estou ministro da Saúde, eu estou ministro da Saúde por obra de nomeação do presidente. O presidente olha muito também pelo lado da economia, e chama muito atenção o lado da economia.
O Ministério da Saúde entende a economia, entende a cultura, entende a educação, mas chama pelo lado de equilíbrio de proteção à vida. Eu espero essa validação dos diferentes modelos de enfrentamento dessa situação, possa ser comum e que a gente possa ter uma fala única, uma fala unificada, porque isso leva pro brasileiro uma dubiedade. Ele não sabe se escuta o ministro da Saúde, se ele escuta o presidente, quem é que ele escuta, né?”, disse Mandetta.
Nesse sábado (11), ao inaugurar o primeiro hospital de campanha da União, em Águas Lindas/GO, Bolsonaro cumprimentou populares, chegando até a beijar a mão de uma apoiadora. Além disso, o presidente também pegou uma caneta para assinar uma camiseta. Há poucos dias, ele também se encontrou com várias pessoas em um centro comercial de Brasília, adentrando em uma padaria para comer, contrariando um decreto do governo do Distrito Federal, que proíbe o consumo de alimentos nos locais.
Durante a entrevista, o ministro da Saúde voltou a pedir ‘foco’, ‘disciplina’ e ‘ciência’ para combater o coronavírus, algo que ele vem reforçando em suas entrevistas coletivas.
“Infelizmente, não vai ser com um passe de mágica que a gente vai passar por isso. A gente precisa de foco, disciplina, ciência, e ficar muito firme nesse tripé, planejamento, para que a gente possa sair disso juntos”, concluiu.
Divergências
As divergências entre Bolsonaro e Mandetta, que já causavam desconforto interno entre membros do governo, se tornaram públicas. Bolsonaro chegou a dizer que faltava “humildade” a Mandetta. Apesar das críticas, garantiu que não o demitiria “no meio da guerra”.
"O Mandetta já sabe que a gente está se bicando há algum tempo. Eu não pretendo demitir o ministro no meio da guerra. Agora, ele é uma pessoa que em algum momento extrapolou. Eu sempre respeitei todos os ministros, o Mandetta também. Ele montou o ministério de acordo com sua vontade. Eu espero que ele dê conta do recado", disse Bolsonaro, em entrevista à rádio Jovem Pan.
Em seguida, Bolsonaro frisou que “nenhum ministro é indemissível”. "Não é nenhuma ameaça ao Mandetta, não. Se ele sair bem, nenhum problema, mas nenhum ministro meu é indemissível. Todo mundo pode ser demitido, como cinco já foram embora. Eu acho que o Mandetta deveria ouvir um pouco mais o presidente da República", disse.
Após as críticas, Mandetta preferiu não responder diretamente o presidente. “Quem tem mandato fala, e quem não tem, como eu, trabalha”, disse. “Não achei nada, não. Não estou sabendo de nada, não. Estou trabalhando aqui. Vamos trabalhar. Lavoro, lavoro, lavoro [trabalho, em italiano]”, prosseguiu. No dia seguinte, reforçou que não pediria demissão em meio à crise do coronavírus: “Médico não abandona paciente”.
Na última segunda-feira (6), Bolsonaro e Mandetta se reuniram para decidir o futuro do ministro da Saúde no cargo. O chefe da pasta permaneceu e pediu paz para executar os trabalhos.
Pico
Na entrevista, Mandetta voltou a dizer que o período mais preocupante da crise da COVID-19 ainda não chegou. "No mês de maio, junho, teremos os dias muito duros. Dias em que seremos tachados. ‘Ah, vocês não fizeram o que tinham de fazer, ‘deviam ser mais duros’, ‘menos duros, porque a economia está assim’. Sempre vai haver os engenheiros de obra pronta. Serão dois, três meses de muitos questionamentos das práticas."
Indagado sobre uma projeção de infectados no País ao longo deste ano, Mandetta disse que não existe "absolutamente nada que influencie mais essa resposta do que como a sociedade brasileira vai se comportar nos próximos dias".
Ele também criticou o comportamento de pessoas que têm furado o isolamento social. "Quando você vê as pessoas entrando em padaria, supermercado, fazendo fila, piquenique isso é claramente uma coisa equivocada", avaliou o ministro. "Tem muita gente que gosta da internet. Que vê que é fake news dizendo que é invenção de países para ganhar vantagem econômica ou vê complô mundial."
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O presidente tem entrado em comércios em Brasília e aglomerado muitos seguidores, indo na contramão da recomendação de Luiz Henrique Mandetta, que reforça diariamente a importância do isolamento social. Mandetta disse que, em episódios assim, a população brasileira fica sem saber em quem acreditar para seguir as dicas.
“Ela preocupa (a relação), porque a população olha e fala assim: mas, vem cá, será que o ministro da Saúde é contra o presidente, né? E não há ninguém contra nem a favor de nada. O que eu digo: o nosso inimigo, o nosso adversário, quem a gente tem que ter foco, para falar ‘esse aqui é o nosso problema’, é o coronavírus, é ele que é o nosso principal adversário, nosso principal inimigo. se eu estou ministro da Saúde, eu estou ministro da Saúde por obra de nomeação do presidente. O presidente olha muito também pelo lado da economia, e chama muito atenção o lado da economia.
O Ministério da Saúde entende a economia, entende a cultura, entende a educação, mas chama pelo lado de equilíbrio de proteção à vida. Eu espero essa validação dos diferentes modelos de enfrentamento dessa situação, possa ser comum e que a gente possa ter uma fala única, uma fala unificada, porque isso leva pro brasileiro uma dubiedade. Ele não sabe se escuta o ministro da Saúde, se ele escuta o presidente, quem é que ele escuta, né?”, disse Mandetta.
Nesse sábado (11), ao inaugurar o primeiro hospital de campanha da União, em Águas Lindas/GO, Bolsonaro cumprimentou populares, chegando até a beijar a mão de uma apoiadora. Além disso, o presidente também pegou uma caneta para assinar uma camiseta. Há poucos dias, ele também se encontrou com várias pessoas em um centro comercial de Brasília, adentrando em uma padaria para comer, contrariando um decreto do governo do Distrito Federal, que proíbe o consumo de alimentos nos locais.
Durante a entrevista, o ministro da Saúde voltou a pedir ‘foco’, ‘disciplina’ e ‘ciência’ para combater o coronavírus, algo que ele vem reforçando em suas entrevistas coletivas.
“Infelizmente, não vai ser com um passe de mágica que a gente vai passar por isso. A gente precisa de foco, disciplina, ciência, e ficar muito firme nesse tripé, planejamento, para que a gente possa sair disso juntos”, concluiu.
Divergências
As divergências entre Bolsonaro e Mandetta, que já causavam desconforto interno entre membros do governo, se tornaram públicas. Bolsonaro chegou a dizer que faltava “humildade” a Mandetta. Apesar das críticas, garantiu que não o demitiria “no meio da guerra”.
"O Mandetta já sabe que a gente está se bicando há algum tempo. Eu não pretendo demitir o ministro no meio da guerra. Agora, ele é uma pessoa que em algum momento extrapolou. Eu sempre respeitei todos os ministros, o Mandetta também. Ele montou o ministério de acordo com sua vontade. Eu espero que ele dê conta do recado", disse Bolsonaro, em entrevista à rádio Jovem Pan.
Em seguida, Bolsonaro frisou que “nenhum ministro é indemissível”. "Não é nenhuma ameaça ao Mandetta, não. Se ele sair bem, nenhum problema, mas nenhum ministro meu é indemissível. Todo mundo pode ser demitido, como cinco já foram embora. Eu acho que o Mandetta deveria ouvir um pouco mais o presidente da República", disse.
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Indagado sobre uma projeção de infectados no País ao longo deste ano, Mandetta disse que não existe "absolutamente nada que influencie mais essa resposta do que como a sociedade brasileira vai se comportar nos próximos dias".
Ele também criticou o comportamento de pessoas que têm furado o isolamento social. "Quando você vê as pessoas entrando em padaria, supermercado, fazendo fila, piquenique isso é claramente uma coisa equivocada", avaliou o ministro. "Tem muita gente que gosta da internet. Que vê que é fake news dizendo que é invenção de países para ganhar vantagem econômica ou vê complô mundial."