Presidente da Câmara reconheceu a resistência de deputados favoráveis à proposta em assumir o ônus político no lugar de parlamentares aliados a governadores de oposição

 
 

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a defender a permanência de Estados e municípios na reforma da Previdência. Ele reconheceu, porém, a resistência de deputados favoráveis à proposta em assumir o ônus político no lugar de parlamentares aliados a governadores de oposição, que se posicionam contra a reforma apesar da má situação financeira desses Estados.

"É ruim para o Brasil, mas eu entendo essa equação. Se os deputados que têm ligação com o governador A votam contra, significa que esse governador está transmitindo para os seus deputados que não precisa aprovar a Previdência, não é um problema", afirmou Maia.

Caso esses governadores não entrem em campo para convencer parlamentares aliados da necessidade da reforma, o presidente da Câmara disse que os Estados correm o risco de ficar de fora.

"Eu acho que vai ser construída maioria com ou sem os votos ligados aos governadores. Mas aí vai ser uma maioria concentrando no governo federal", alertou. Segundo ele, a divergência se dará no voto, ou por meio de destaque na votação, ou por meio de aprovação de uma emenda do líder do Cidadania, Daniel Coelho (PE), para subtrair os governos regionais da reforma.

Maia se disse favorável no mérito à inclusão de Estados e municípios. "Se o déficit continuar crescendo, a União é que vai pagar a conta", afirmou.

Ele disse ainda que os deputados estão pedindo "coerência" de todos que votarão pela proposta - isto é, sem votar contra uma medida considerada necessária pelo próprio Estado.

O presidente da Câmara alertou, porém, que há pouco tempo para o relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), e os líderes construírem uma solução.