O deputado federal Rodrigo Maia (DEM) afirmou, em entrevista ao Estado de S.Paulo, que deve deixar a sua atual legenda, onde entrou em conflito com o presidente, Antônio Carlos Magalhães (ACM) Neto, durante as eleições para sua sucessão na presidência da Câmara dos Deputados. Segundo o deputado, ele deve se filiar ao MDB ou a um outro partido do chamado “centro”.

Segundo ele, o MDB, um dos principais orquestradores do golpe contra Dilma Rousseff em 2016, “é um partido com quadros com quem eu tenho uma relação histórica muito importante”. “Me sentiria confortável", completou.

Candidato de direita contra Bolsonaro


O deputado ainda afirmou estar articulando uma candidatura de “centro” contra Jair Bolsonaro, que buscará reeleição em 2022. Mais defendeu quatro dos principais nomes da direita que poderiam ser candidatos: o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), da famosa campanha “BolsoDoria”; Luiz Henrique Mandetta (DEM), ex-ministro da Saúde de Bolsonaro; o apresentador Luciano Huck, ligado à Globo e dirigente da campanha golpista contra Dilma na inauguração da Copa do Mundo de 2014; e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leita (PSDB), ex-bolsonarista.


Segundo ele, apesar das divergências, é preciso encontrar uma candidatura única para ter força contra Bolsonaro. "Nessa eleição, mais importante do que nas outras, os projetos pessoais têm de ser engavetados. Todos têm o direito de colocar o seu projeto até um determinado momento. A partir daí, é óbvio que tem de se consolidar uma candidatura", afirmou.

Maia é oposição?


Apesar de se apresentar como oposição a Bolsonaro, Maia teve oportunidade, quando presidente da Câmara, de pautar a discussão de mais de 60 pedidos de impeachment contra Bolsonaro, e não se mexeu. Segundo o parlamentar, não haviam condições políticas - apesar da política genocida do governo federal em relação à pandemia da Covid-19 e tantas outros crimes de responsabilidade.


Agora, fora da presidência da Câmara, ele defende a criação de uma CPI da Pandemia para investigar os erros e irregularidades cometidos pelo governo.

Repercutindo as declarações de Jair Bolsonaro de que as medidas restritivas para contenção do coronavírus são "frescura" e "mimimi", o deputado escreveu no Twitter que o país voltará a sorrir quando Bolsonaro deixar a presidência.

"A gente volta a sorrir quando você sair. Até lá, paciência e serenidade", afirmou.