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"Sou um entusiasta da relação do Brasil com a África. Fui um assíduo visitante do continente. Como presidente, lá estive 12 vezes e visitei 23 países. O mundo de hoje, contudo, não é mais o mesmo de há 13 anos, quando concluí meu segundo mandato. A África não é mais a mesma. Seu dinamismo exige do Brasil que atualize sua política para o continente. Seria insuficiente simplesmente repetir receitas do passado”, disse.
Para Lula, o crescimento do continente africano nos últimos anos torna a retomada das relações e da cooperação por parte do Brasil ainda mais importantes. Ele reiterou apoio ao pedido da União Africana, feito recentemente pelo presidente de Comores, Azali Assoumani, por uma vaga permanente no G20.
“A União Africana é fonte de inspiração para a América do Sul na construção de uma unidade que respeite a diversidade de seus membros”, afirmou. “A África é uma das regiões que mais cresce no mundo. Sua relevância no comércio global é expressiva. A Zona de Livre Comércio Continental Africana, que entrou em vigor em 2021, é a maior do mundo. Abrange 1,3 bilhão de pessoas e tem PIB combinado de US$ 3,4 trilhões”.
O presidente destacou que retomar a parceria com o continente africano não diz respeito apenas a comércio bilateral e cooperação. Também é retomar parte da própria essência do povo brasileiro.
“O relançamento da relação com a África é também um reencontro do Brasil consigo mesmo. Reafirmamos nosso profundo orgulho do papel central do continente na identidade nacional. Reconhecer o valor de nossas raízes africanas passa por celebrara contribuição da África em nossa cultura, seja em políticas nacionais, seja em ações de difusão da cultura brasileira no exterior”,declarou Lula.
TRANSIÇÃO ENERGÉTICA - Para o presidente, o continente africano também oferece grandes oportunidades em áreas nas quais o Brasil busca assumir um papel de liderança global, como a transição energética e a preservação da biodiversidade. Para isso, Lula sugeriu a formação de um grupo internacional com os países detentores de grandes florestas tropicais, com participação do Brasil e da República Democrática do Congo, entre outros.
“A África é a região do mundo que menos emite gases do efeito estufa. Nem por isso deixa de enfrentar as consequências mais perversas do aquecimento global, como secas, inundações, incêndios e ciclones. Compartilhamos a responsabilidade de cuidar de florestas tropicais e preservar a biodiversidade. Temos em comum a preocupação de combater processos de desertificação”, destacou.
Segundo ele, o continente tem papel importante tanto para a popularização da energia limpa quanto para fornecer recursos essenciais para o mundo. “A África está no coração das transições energética e digital. Assim como a América do Sul, o continente africano possui importantes reservas de minerais críticos, como lítio e cobalto, que desempenharão papel estratégico. Vários países africanos possuem planos abrangentes de renovação de suas matrizes energéticas e forte interesse em bioenergia. Países como África do Sul, Marrocos e Quênia estão empenhados em descarbonizar suas economias”, explicou.
OPORTUNIDADES - Representando os países africanos, o discurso do brinde foi feito pelo embaixador do Cameroun, Martin Mbeng, que ocupa o cargo há 15 anos e é o decano do grupo africano de nações. “Nos últimos três dias, representantes do governo do Brasil e governos africanos, palestrantes ilustres, acadêmicos e especialistas participaram de debates sobre as relações entre Brasil e África. Foi uma grande oportunidade para estreitar laços e criar oportunidades. Agradecemos o apoio do governo brasileiro”.
COMÉRCIO BILATERAL - Em seu discurso, Lula também lamentou a redução do fluxo comercial com o continente africano nos últimos anos. No ano passado, os negócios somaram US$ 21,2 bilhões, com cerca de US$ 12,75 bilhões em exportações brasileiras para a África e US$ 8,5 bilhões em importações. Um resultado abaixo do que já foi registrado no passado. “Nosso comércio bilateral com a África foi, em 2022, um terço menor que o valor de 2013, quando o fluxo chegou a quase 30 bilhões de dólares”, recordou.
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"Sou um entusiasta da relação do Brasil com a África. Fui um assíduo visitante do continente. Como presidente, lá estive 12 vezes e visitei 23 países. O mundo de hoje, contudo, não é mais o mesmo de há 13 anos, quando concluí meu segundo mandato. A África não é mais a mesma. Seu dinamismo exige do Brasil que atualize sua política para o continente. Seria insuficiente simplesmente repetir receitas do passado”, disse.
Para Lula, o crescimento do continente africano nos últimos anos torna a retomada das relações e da cooperação por parte do Brasil ainda mais importantes. Ele reiterou apoio ao pedido da União Africana, feito recentemente pelo presidente de Comores, Azali Assoumani, por uma vaga permanente no G20.
“A União Africana é fonte de inspiração para a América do Sul na construção de uma unidade que respeite a diversidade de seus membros”, afirmou. “A África é uma das regiões que mais cresce no mundo. Sua relevância no comércio global é expressiva. A Zona de Livre Comércio Continental Africana, que entrou em vigor em 2021, é a maior do mundo. Abrange 1,3 bilhão de pessoas e tem PIB combinado de US$ 3,4 trilhões”.
O presidente destacou que retomar a parceria com o continente africano não diz respeito apenas a comércio bilateral e cooperação. Também é retomar parte da própria essência do povo brasileiro.
“O relançamento da relação com a África é também um reencontro do Brasil consigo mesmo. Reafirmamos nosso profundo orgulho do papel central do continente na identidade nacional. Reconhecer o valor de nossas raízes africanas passa por celebrara contribuição da África em nossa cultura, seja em políticas nacionais, seja em ações de difusão da cultura brasileira no exterior”,declarou Lula.
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Segundo ele, o continente tem papel importante tanto para a popularização da energia limpa quanto para fornecer recursos essenciais para o mundo. “A África está no coração das transições energética e digital. Assim como a América do Sul, o continente africano possui importantes reservas de minerais críticos, como lítio e cobalto, que desempenharão papel estratégico. Vários países africanos possuem planos abrangentes de renovação de suas matrizes energéticas e forte interesse em bioenergia. Países como África do Sul, Marrocos e Quênia estão empenhados em descarbonizar suas economias”, explicou.
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COMÉRCIO BILATERAL - Em seu discurso, Lula também lamentou a redução do fluxo comercial com o continente africano nos últimos anos. No ano passado, os negócios somaram US$ 21,2 bilhões, com cerca de US$ 12,75 bilhões em exportações brasileiras para a África e US$ 8,5 bilhões em importações. Um resultado abaixo do que já foi registrado no passado. “Nosso comércio bilateral com a África foi, em 2022, um terço menor que o valor de 2013, quando o fluxo chegou a quase 30 bilhões de dólares”, recordou.