Durante discurso na 2ª reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), no Ministério de Minas e Energia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou nesta quarta-feira (25/6) que a equipe econômica tem agido com responsabilidade e destacou o empenho do governo em equilibrar as contas públicas. A partir de 1º de agosto, a mistura de etanol na gasolina passará de 27,5% para 30%, enquanto o teor de biodiesel no diesel subirá de 14% para 15%.

O presidente Lula defendeu o trabalho e a atuação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, diante das pressões recentes em torno da política fiscal e das críticas do mercado financeiro. “Vocês sabem da seriedade com que o Haddad trata da economia. Nós estamos há quase três anos tentando consertar a economia”, afirmou o petista, ao lembrar que a atual gestão precisou adotar medidas importantes logo no início do mandato. Entre elas, citou a aprovação da PEC da Transição, a construção do novo Arcabouço Fiscal e a promulgação da reforma tributária como marcos da política econômica recente.

O presidente reconheceu que as soluções adotadas não agradaram integralmente a todos os setores, mas reforçou que as decisões foram construídas dentro do que era politicamente viável. “A reforma tributária aprovada não foi o que nenhum de vocês queria, nem o que eu queria. Foi o possível. Foi o que dava para fazer, e é assim que se governa: com responsabilidade e com diálogo”, ressaltou.

Além disso, fez críticas à falta de preocupação com o déficit fiscal em governos anteriores e cobrou maior compromisso dos setores empresariais com o país. “Agora todo dia se fala de déficit fiscal, déficit fiscal… Mas quem foi que se preocupou com isso no governo passado? Qual foi o empreendedor que foi à imprensa reclamar de desrespeito ao teto de gastos naquela época?”, provocou Lula.

Ao finalizar, Lula destacou que a responsabilidade fiscal faz parte de sua trajetória política e que não precisa de recomendações externas para saber a importância do equilíbrio das contas públicas.

“Eu não preciso de nenhum técnico do FMI para me ensinar o que é responsabilidade fiscal. Eu tenho muita responsabilidade, porque sei o que é passar fome e porque sei o tamanho do tombo que um país pode levar quando a economia é mal conduzida”, concluiu o presidente.