O ex-presidente Lula disse que “não é possível que alguém se diga ‘contra o Bolsonaro’ e seja contra o impeachment”. A declaração foi publicada em seu perfil no Twitter nesta terça-feira (9). O petista ainda reforçou que “todo mundo sabia quem ele era”, em referência a Bolsonaro.

Lula 
✔@LulaOficial
 
 
Não é possível que alguém se diga "contra o Bolsonaro" e seja contra o impeachment. Eu sou contra o Bolsonaro e não é de agora. Todo mundo sabia quem ele era.
 
A publicação de Lula ocorreu algumas horas depois de o governador petista do Ceará, Camilo Santana, ter afirmado ser contra o impeachment de Jair Bolsonaro.

Para o governador, “o impeachment é o extremo e precisa ter motivos legais, como diz a Constituição. Daqui a dois anos e meio nós temos uma eleição. É muito ruim um impeachment para o Brasil”. Camilo fez críticas ao governo federal, mas disse que não vê as instituições brasileiras ameaçadas no momento e que o remédio contra Bolsonaro seria “a pressão popular”.

A declaração de Lula de que “todo mundo sabia quem ele era” pode também ter sido direcionada ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), que em entrevista ao UOL, declarou: "Não defendo impeachment do Bolsonaro por razões históricas, agora quem está cavando o fosso é ele. Daqui a pouco não tem jeito".

Recentemente, o ex-presidente do PSDB assinou o manifesto Estamos Juntos, com figuras que vão desde Luciano Huck, passando pelo governador Flávio Dino (PCdoB), até Guilherme Boulos (PSOL). Lula, entretanto, não assinou o manifesto, justificando que este não falava sobre Bolsonaro e Guedes e não pedia a restituição dos direitos que os brasileiros perderam após o golpe contra Dilma Rousseff.

Lula 
✔@LulaOficial
 
Aos 74 anos já assinei tanto manifesto... Mas vamos lembrar que tem 35 pedidos de impeachment na Câmara e esse manifesto não cita nem Bolsonaro, nem o Guedes. Nós vamos fazer um manifesto claro exigindo restituir os direitos que o povo brasileiro perdeu?
 
No Congresso, Bolsonaro enfrenta diversos pedidos de impeachment. O presidente da Câmara de Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou todavia que não pode colocar "mais lenha" e irá responder pedidos de impeachment no momento certo.