O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o francês Emmanuel Macron concordaram em reforçar a cooperação policial para combater o crime organizado transnacional na região amazônica, informou o governo brasileiro.

O encontro entre os dois líderes ocorreu na quinta-feira (6), à margem da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém (PA).

De acordo com a Presidência, Lula e Macron discutiram temas de interesse comum, como a segurança ao longo dos 730 quilômetros de fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa. Lula convidou o presidente francês a indicar um adido para participar das “atividades de inteligência” do Centro Internacional de Cooperação Policial da Amazônia, inaugurado em setembro, em Manaus.

O centro atua no combate a crimes como o tráfico de drogas, a extração ilegal de madeira e a mineração clandestina,  atividades controladas por organizações criminosas como o Comando Vermelho e o PCC, que ampliaram sua presença na região nos últimos anos.

Durante a reunião, Lula e Macron também trataram do recém-criado Fundo Florestas Tropicais para Sempre, ao qual a França anunciou uma contribuição de 500 milhões de euros. Portugal também confirmou participação com o aporte de 1 milhão de euros.

O presidente brasileiro voltou a demonstrar otimismo quanto à assinatura do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul ainda este ano. O governo francês, no entanto, tem se mostrado resistente à ratificação, principalmente por pressões do setor agrícola.

Na quarta-feira (4), o chanceler Mauro Vieira afirmou que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pretende assinar o acordo no dia 20 de dezembro, durante a cúpula do Mercosul, que será realizada no Rio de Janeiro.

O tratado, concluído após 25 anos de negociações, prevê a eliminação gradual de tarifas entre os dois blocos em um período de transição de até 10 anos — com prazos estendidos para até 15 anos em produtos considerados sensíveis.

Se confirmado, o pacto comercial será o maior do mundo em volume de investimentos e abrangência, cobrindo um mercado equivalente a 25% da economia global, com 780 milhões de pessoas — cerca de 10% da população mundial.