Brasil247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu postergar o anúncio oficial do próximo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o g1, a escolha de Jorge Messias, atual advogado-geral da União, será confirmada apenas após o retorno da viagem oficial que Lula iniciou nesta terça-feira (21) para países do Sudeste Asiático.

De acordo com os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social), o adiamento ocorreu por decisão pessoal de Lula, que desembarcou primeiro na Indonésia e seguirá para a Malásia, onde participará da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Durante o roteiro internacional, há também expectativa de um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Bastidores em Brasília e pressões no Senado

Na véspera da viagem, Lula reuniu-se com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), em encontro que se estendeu até a noite de segunda-feira (20). Parlamentares relataram que Alcolumbre demonstrou insatisfação por ter sido chamado apenas de última hora, já que aguardava uma consulta prévia durante todo o fim de semana.

Fontes próximas ao senador revelaram que ele se sentiu “desprestigiado” diante da possibilidade de a indicação ser anunciada sem sua participação no processo. A reunião acabou servindo para que Alcolumbre pedisse ao presidente que também dialogasse com os outros dois nomes que estavam no páreo — Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, e Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União. O objetivo seria reduzir resistências internas e assegurar uma votação tranquila quando a escolha chegar ao plenário.

Jaques Wagner detalha movimentações

Na manhã desta terça-feira, pouco antes do embarque presidencial, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), esteve com Lula para tratar do assunto. Segundo o senador, o petista relatou detalhes da conversa com Alcolumbre e ouviu novas ponderações sobre o cenário político em torno da vaga no STF.

Wagner confirmou que Alcolumbre voltou a insistir no nome de Pacheco. “Eu fui saber como é que foi a conversa. Era o que eu esperava: ele foi defender o nome do Pacheco. Se o presidente disse para ele se já escolheu ou não escolheu, eu não sei. Não gosto de me precipitar. Acho que ele está com a convicção firmada”, disse o líder.

O senador acrescentou que considera natural a posição do colega: “É pública a torcida dele [Alcolumbre] pelo Rodrigo [Pacheco]. Acho absolutamente normal. O presidente continua convencido de que o melhor nome para disputar o governo de Minas é o Rodrigo.”