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Em entrevista à GloboNews na tarde desta sexta-feira (7), Lira afirmou que disse a Bolsonaro, em ligação telefônica, que ele deveria ter tido um "trato mais carinhoso" com Tarcísio, seu ex-ministro e cotado como herdeiro político do ex-chefe do Executivo.
"Falei com o presidente Bolsonaro que, na realidade, o que houve ali merecia um carinho, um trato mais carinhoso, mais atencioso com amigos. O presidente entendeu, disse que estava tudo bem e que iria contornar a situação", afirmou Lira.
Em reunião da bancada do PL na quinta (6), Tarcísio foi hostilizado por parlamentares ao defender a aprovação da reforma tributária na Câmara. Na ocasião, Bolsonaro chegou a interromper Tarcísio, quando ele defendia a participação da direita na reforma.
Na entrevista desta sexta, Lira afirmou ainda que Tarcísio "não mereceu o que foi feito", que o episódio "não representa o sentimento da política" e que a atitude dos parlamentares "merceia uma reprimenda por parte da direção do PL"
"O governador Tarcísio é um quadro nacional que merece ser preservado nesses ambientes", seguiu o presidente da Câmara.
A atuação de Tarcísio na aprovação da reforma tributária foi elogiada por Lira e líderes partidários nesta semana –e provocou um racha na direita e entre apoiadores de Bolsonaro.
A aprovação da reforma, por 382 votos a favor na primeira etapa de votação e 375 na segunda, representou a primeira grande derrota de Bolsonaro como líder da oposição.
Mais cedo nesta sexta, em entrevista à CNN Brasil, Lira também elogiou a atuação de Tarcísio e disse que ela "merece ser muito ressaltada". Ao ser questionado se essas seriam qualidades de um possível candidato à Presidência, o parlamentar disse que "ainda é cedo" para tratar de sucessão presidencial.
Lira também evitou comentar a disputa entre o governador e o ex-presidente. "Não cabe a mim ou a nenhum outro político de outro partido questionar a posição de um membro de um partido político, quanto mais um ex-presidente da República", disse.
Ele também voltou a afirmar que a reforma tributária não é de um governo ou partido, mas sim do Estado, e disse que transmitiu essa mensagem a Bolsonaro.
"Única coisa que eu disse sobre isso ao presidente Bolsonaro, sem nenhum tipo de sentimento pejorativo, foi em afirmar que a reforma era do Congresso Nacional, nasceu no Congresso Nacional e pertence ao povo brasileiro. A partir daí, cada um faz o seu posicionamento político", disse.
Pela manhã, ao chegar à Câmara, Lira já havia comentado sobre a ligação com Bolsonaro à imprensa e disse que tinha elogiado Tarcísio na conversa.
"Fiz a ele uma observação de que o governador Tarcísio foi muito correto com o tratamento da PEC [da Reforma Tributária] e que é um amigo que precisa ser, acima de tudo, preservado", relatou o presidente da Câmara.
"Eu liguei para ele [Bolsonaro], colocando justamente, sem fazer nenhum juízo de valor, nem pedindo posicionamento, que essa reforma nasceu no governo dele, foi tocada dentro do Congresso Nacional e que ela era do Brasil, mas nada do que isso, conversamos rapidamente", disse.
Na discussão da reforma, o ex-mandatário rechaçou inteiramente o texto e defendeu, ao menos, o adiamento para ampliar as discussões. Bolsonaro elegeu, ainda, a pauta como prioritária no embate político com o governo Lula (PT). Soltou duas notas públicas contra o texto, reuniu parlamentares e batalhou para que o partido se posicionasse contra o texto.
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Em reunião da bancada do PL na quinta (6), Tarcísio foi hostilizado por parlamentares ao defender a aprovação da reforma tributária na Câmara. Na ocasião, Bolsonaro chegou a interromper Tarcísio, quando ele defendia a participação da direita na reforma.
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