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Na rede social X (antigo Twitter), o deputado chamou a fala de Haddad de "sofisma". "De fato, déficits aparecem com mais frequência em momentos de desaceleração econômica. Agora é inquestionável que estímulos fiscais em situações de baixo crescimento como devemos enfrentar em 2024 tem sim um papel enorme no crescimento do PIB", escreveu Lindbergh.
Reforçando o discurso da ala do governo que teme que o déficit zero pretendido pela Fazenda leve a bloqueios de emendas e investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento em 2024, quando ocorrem as eleições municipais, o parlamentar, que é companheiro de Gleisi, afirmou que a meta de Haddad pode levar a um contingenciamento de R$ 53 bilhões em obras do PAC.
"Vamos cortar Minha Casa Minha Vida? Cortar investimentos públicos? Não é o déficit que gera crescimento. São os investimentos possibilitados, os empregos contratados que geram. Qual o problema de termos um déficit em 2024 para garantir investimentos e renda e impulsionar o CRESCIMENTO SIM da economia. O déficit dos EUA está em -5,5, França-3,3, Alemanha, -2,1", escreveu o deputado.
Lindbergh também fez referência a uma declaração de Gleisi para defender que o "sucesso do governo Lula" será buscado com outro tipo de meta, a de crescimento médio de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) ao ano. "Resumo o que penso com esse Twitter de Olivier Blanchard que foi economista chefe do FMI. Blanchard não é de esquerda, é um liberal, e hoje considerado um dos maiores macroeconomistas do mundo. Ele fala do risco político de tentar reverter déficits em superávits de forma abrupta e levar à desaceleração econômica e à vitória de governos de extrema direita. Não brinquemos com fogo", emendou.
No sábado, durante a Conferência Eleitoral do PT, o tema da meta de déficit zero traçada para o próximo ano rendeu discussões dentro do partido. Haddad e a presidente do PT discordaram sobre a relação entre o resultado primário e o crescimento da economia. Enquanto o ministro disse não haver correspondência entre déficit e avanço do PIB, Gleisi criticou a meta zero e defendeu sua flexibilização.
Haddad explicou a uma plateia de filiados ao partido que essa relação não é automática e citou como exemplo as gestões anteriores de Lula, em que houve superávit primário de 2% e a economia cresceu, em média, 4%.
Ele lembrou que Gleisi havia falado, mais cedo, que o déficit de 2023 se aproximava de 2%. "Não é verdade que déficit faz crescer. De dez anos para cá, a gente fez R$ 1,7 trilhão de déficit e a economia não cresceu. Não existe essa correspondência, não é assim que funciona a economia. Depende, dependendo da situação econômica você tem que ampliar os investimentos", disse, ao citar a expansão de gastos de 2009, na esteira da crise econômica global de 2008.
No mesmo evento, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que deve haver déficit orçamentário ano que vem se for preciso. O deputado avaliou que a busca pela meta de zerar o rombo das contas públicas pode fazer com que a sigla perca as eleições municipais. Ele defendeu ainda que é necessário "mobilizar bem" a militância para que a legenda saia vitoriosa na disputa pelas prefeituras em 2024.
Junto de Gleisi, Lindbergh Farias é um dos integrantes do PT que não esconde a insatisfação com a meta traçada por Haddad, alvo que ganhou sobrevida após o governo desistir apoiar uma mudança do objetivo fiscal dentro do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024. O deputado chegou a propor duas emendas para alterar a meta, sugerindo déficit de 0,75% ou 1%, mas a estratégia não foi endossada pelo Planalto que, por ora, deu vitória a Haddad no debate.
A disputa no governo em torno da meta fiscal havia esquentado no final de outubro, quando Lula disse que "dificilmente" o governo conseguiria zerar o rombo das contas públicas em 2024. Diante dessa declaração, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, aumentou a pressão para uma mudança na meta para um déficit de 0,50% no ano que vem.
Haddad, contudo, ganhou tempo para tentar aprovar medidas no Congresso que aumentem a arrecadação federal.
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Na rede social X (antigo Twitter), o deputado chamou a fala de Haddad de "sofisma". "De fato, déficits aparecem com mais frequência em momentos de desaceleração econômica. Agora é inquestionável que estímulos fiscais em situações de baixo crescimento como devemos enfrentar em 2024 tem sim um papel enorme no crescimento do PIB", escreveu Lindbergh.
Reforçando o discurso da ala do governo que teme que o déficit zero pretendido pela Fazenda leve a bloqueios de emendas e investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento em 2024, quando ocorrem as eleições municipais, o parlamentar, que é companheiro de Gleisi, afirmou que a meta de Haddad pode levar a um contingenciamento de R$ 53 bilhões em obras do PAC.
"Vamos cortar Minha Casa Minha Vida? Cortar investimentos públicos? Não é o déficit que gera crescimento. São os investimentos possibilitados, os empregos contratados que geram. Qual o problema de termos um déficit em 2024 para garantir investimentos e renda e impulsionar o CRESCIMENTO SIM da economia. O déficit dos EUA está em -5,5, França-3,3, Alemanha, -2,1", escreveu o deputado.
Lindbergh também fez referência a uma declaração de Gleisi para defender que o "sucesso do governo Lula" será buscado com outro tipo de meta, a de crescimento médio de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) ao ano. "Resumo o que penso com esse Twitter de Olivier Blanchard que foi economista chefe do FMI. Blanchard não é de esquerda, é um liberal, e hoje considerado um dos maiores macroeconomistas do mundo. Ele fala do risco político de tentar reverter déficits em superávits de forma abrupta e levar à desaceleração econômica e à vitória de governos de extrema direita. Não brinquemos com fogo", emendou.
No sábado, durante a Conferência Eleitoral do PT, o tema da meta de déficit zero traçada para o próximo ano rendeu discussões dentro do partido. Haddad e a presidente do PT discordaram sobre a relação entre o resultado primário e o crescimento da economia. Enquanto o ministro disse não haver correspondência entre déficit e avanço do PIB, Gleisi criticou a meta zero e defendeu sua flexibilização.
Haddad explicou a uma plateia de filiados ao partido que essa relação não é automática e citou como exemplo as gestões anteriores de Lula, em que houve superávit primário de 2% e a economia cresceu, em média, 4%.
Ele lembrou que Gleisi havia falado, mais cedo, que o déficit de 2023 se aproximava de 2%. "Não é verdade que déficit faz crescer. De dez anos para cá, a gente fez R$ 1,7 trilhão de déficit e a economia não cresceu. Não existe essa correspondência, não é assim que funciona a economia. Depende, dependendo da situação econômica você tem que ampliar os investimentos", disse, ao citar a expansão de gastos de 2009, na esteira da crise econômica global de 2008.
No mesmo evento, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que deve haver déficit orçamentário ano que vem se for preciso. O deputado avaliou que a busca pela meta de zerar o rombo das contas públicas pode fazer com que a sigla perca as eleições municipais. Ele defendeu ainda que é necessário "mobilizar bem" a militância para que a legenda saia vitoriosa na disputa pelas prefeituras em 2024.
Junto de Gleisi, Lindbergh Farias é um dos integrantes do PT que não esconde a insatisfação com a meta traçada por Haddad, alvo que ganhou sobrevida após o governo desistir apoiar uma mudança do objetivo fiscal dentro do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024. O deputado chegou a propor duas emendas para alterar a meta, sugerindo déficit de 0,75% ou 1%, mas a estratégia não foi endossada pelo Planalto que, por ora, deu vitória a Haddad no debate.
A disputa no governo em torno da meta fiscal havia esquentado no final de outubro, quando Lula disse que "dificilmente" o governo conseguiria zerar o rombo das contas públicas em 2024. Diante dessa declaração, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, aumentou a pressão para uma mudança na meta para um déficit de 0,50% no ano que vem.
Haddad, contudo, ganhou tempo para tentar aprovar medidas no Congresso que aumentem a arrecadação federal.