Brasil247 - O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), protocolou petição ao ministro Alexandre de Moraes, relator da Ação Penal nº 2668 no Supremo Tribunal Federal, e denunciou a tentativa coordenada de obstrução da justiça, com dimensão internacional e participação direta de autoridades brasileiras. O parlamentar também pediu para o STF investigar a atuação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em possível facilitação da fuga de Jair Bolsonaro para os EUA.

A peça parte de uma constatação grave: Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado, está no centro de uma chantagem internacional liderada por Donald Trump. Em carta recente, o norte-americano exige anistia ou libertação de Bolsonaro e ameaça o Brasil com sanções comerciais — como a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A pressão, segundo Lindbergh, é “uma afronta à soberania nacional e ao próprio Supremo Tribunal Federal”.

A chantagem passou a ser reiterada internamente pelos filhos do ex-presidente. Eduardo Bolsonaro e Flávio Bolsonaro afirmaram publicamente que, se o Congresso não aprovar a anistia aos golpistas, novas sanções virão. “Eles estão usando o povo brasileiro como escudo para proteger o pai da prisão”, afirma Lindbergh. “Agem como sequestradores que querem transformar a economia nacional em refém de uma causa antidemocrática.”

Nesse contexto, o governador Tarcísio de Freitas surge como peça-chave dessa engrenagem ilegal. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o governador teria ligado diretamente a ministros do STF para pedir autorização de viagem internacional a Jair Bolsonaro — justamente para que o réu se encontrasse com Trump. A petição alerta que Tarcísio não apenas expressou a chantagem, como parece ter aceitado integrá-la conscientemente, atuando para facilitar a evasão do réu e sabotar a jurisdição penal do STF.

A petição requer a apuração da conduta do governador por possível obstrução de justiça, abuso de autoridade e colaboração com organização criminosa transnacional, e reforça o pedido de monitoramento eletrônico de Bolsonaro, já protocolado na PGR desde 5 de junho sob o nº 00202654/2025 — e até hoje sem qualquer despacho. “O que está em curso é uma tentativa de escapar da Justiça brasileira com apoio de agentes internos e internacionais. O Supremo não pode se calar diante dessa afronta institucional e soberana”, finaliza Lindbergh.