Depois de 10 meses de negociação, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, confirmou, nesta segunda (29/9), a filiação do vice-governador Mateus Simões para ser candidato a governador. Com isso, Simões deixa o Partido Novo que ajudou a fundar e impõe derrota ao grupo do senador Rodrigo Pacheco (PSD), que admitia ser o candidato por seu partido.

A filiação do vice de Zema acontecerá no mês de outubro. Kassab desistiu de esperar pela definição de Pacheco e apostar em Simões, com quem vinha conversando desde dezembro passado, como adiantamos aqui. Com a medida, as principais lideranças políticas do PSD mineiro, Pacheco e o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, irão mudar de partido nos próximos dias. Como é pré-candidato a senador, Silveira poderá filiar-se ao PSB, mas, como disse, seu caminho será definido junto com o presidente Lula (PT).

Se ainda for candidato a governador, Pacheco poderá seguir o mesmo caminho, mas ele ainda aguarda a possibilidade de virar ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta segunda, o ministro Luís Barroso deixou a presidência e poderá anunciar aposentadoria nos próximos dias. Havendo a vaga, são grandes as chances de Pacheco ser escolhido por Lula para o cargo. Se Pacheco não for candidato a governador, o grupo mais próximo ao presidente Lula ficará sem representante para as eleições do ano que vem. Os nomes alternativos seriam do ex-prefeito Alexandre Kalil (PDT) e da prefeita Marília Campos (PT), de Contagem.Lula lançou Pacheco por várias

vezes para montar um palanque forte em Minas de olho na própria reeleição, seguindo a máxima de que quem vence em Minas ganha no país também. Mateus Simões deverá assumir o governo de Minas em março do ano que vem com a desincompatibilização do governador Zema, que sai para disputar a Presidência da República. Aliados de Simões acreditam que, com o poder da máquina (governo do estado) e a filiação a um partido com fundo partidário robusto e tempo de TV e rádio, ele se tornaria favorito.