O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), referiu-se às mortes na pandemia do coronavírus no Brasil como “massacre humano” e “genocídio”. Em entrevista à Globonews nesta sexta-feira (16/7), ele disse que o país demorou a adotar medidas que controlassem a doença.

“A guerra não acabou. Estamos em guerra. Falei isso em março de 2020 numa entrevista. E não estamos preparados. Agora, depois do massacre humano, genocídio, descobrimos que era guerra mesmo. O pessoal tem de parar de ler o Burrinho Alpinista e ler sobre o que é uma guerra. Ah, gente, mas o ônibus está cheio, o metrô está cheio, a escola não funciona. Ô gente, é guerra”, afirmou Kalil. 
 
É a primeira vez que o chefe do Executivo usa termos tão contundentes para qualificar o avanço desenfreado da COVID-19, que já matou mais de 538 mil no país desde março de 2020.

“Tenho um amigo que me deu um exemplo ótimo. Você na sua casa sentando na sala e escuta tiroteio lá fora em frente a um banco, você sai para ver? Ninguém sai de casa para ver. Só sai se seu filho estiver na rua. Então, estamos em guerra”, completou. 

O prefeito também criticou a demora na compra de vacinas: “Quando vi aquele papo em Brasília que poderia comprar vacinas quem quisesse, eu disse para o consulado da Rússia, conversei com a Pfizer, Sputinik, Janssen, conversei com todos... Mas fiz por meios legais. E eu não vi ninguém querendo vender 4 milhões de doses. Tinha dinheiro para isso”.

Kalil afirmou que, se a Pfizer oferecesse doses de vacina (como fez com o governo federal), BH estaria com o esquema vacinal completo: “Os bobos dos prefeitos, governadores e do consórcio ficaram procurando vacina. Se tivessem batido na minha porta (Pfizer), minha população estaria imunizada”.