Brasília - Responsável por denunciar Michel Temer duas vezes, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot comentou, na manhã desta quinta-feira (29), a prisão do advogado José Yunes, amigo e ex-assessor do emedebista.
"Começou? Acho que sim", escreveu Janot no Twitter, ao compartilhar a notícia sobre a prisão de Yunes.
Yunes é apontado pelo operador financeiro Lúcio Funaro, delator da Operação Lava Jato, como um dos responsáveis por administrar propinas supostamente pagas a Temer.
Além do assessor do emedebista, foi detido o coronel da reserva da PM João Batista Lima Filho, outro amigo de Temer.
Antes de deixar o cargo, Janot denunciar Temer duas vezes - na primeira por corrupção passiva, e na segunda por organização criminosa e obstrução judicial.
A primeira denúncia teve como base as investigações sobre a relação de Temer com a JBS, do empresário Joesley Batista. O ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), homem da mala de Temer, que recebeu R$ 500 mil em dinheiro da JBS a pedido do presidente, também foi denunciado. Segundo os investigadores, o dinheiro teria Temer como destino final.
Sobre a segunda denúncia, as investigações apontaram que os integrantes do suposto esquema receberam valores de propina que, somados, superam R$ 587,1 milhões, arrecadados de empresas e órgãos públicos, entre os quais ais Petrobras, Furnas, Caixa Econômica Federal, Ministério da Integração Nacional, Ministério da Agricultura, Secretaria de Aviação Civil e Câmara dos Deputados. AJanot também sustentou que JTemer atuou para comprar o silêncio do doleiro Lúcio Funaro. A interferência teria ocorrido por meio dos empresários da JBS, Joesley Batista e Ricardo Saud, acusados do mesmo crime.