DEPUTADO FEDERAL

O deputado federal André Janones (Avante-MG) voltou a criticar a capacidade de comunicação da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Membro da base governista na Câmara, o parlamentar mineiro avalia que o Planalto tem dificuldade de pautar a agenda política e divulgar seu trabalho à população.

 
Em entrevista à Globonews, Janones afirmou que, em seus primeiros meses, o governo Lula já conseguiu vitórias mais significativas que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em quatro meses de mandato. No entanto, o parlamentar disse que as medidas não são divulgadas de forma eficiente.
 
“Falta a alguns personagens perceber que o que estamos vivenciando não é uma disputa para saber quem entrega mais. Essa disputa a gente conseguiu vencer. Com 30 dias de governo, no máximo 90, o governo Lula já tinha feito mais que o Bolsonaro em quatro anos. A disputa que a gente vivencia é a disputa de narrativas. Nós temos um governo que retomou o ‘Minha Casa, Minha Vida’, um programa extremamente popular; que aumentou o valor do Bolsa Família; que aprovou uma redução no valor dos veículos. E quase não se fala isso”, analisou.
 
 O deputado complementou dizendo que a debilidade na comunicação torna as articulações políticas mais custosas ao governo Lula, com impacto inclusive na relação com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
 
 
“Nós não conseguimos pautar as discussões, então, na minha opinião, a gente está sendo derrotado na disputa das narrativas. Ao perder as disputas de narrativas, nosso poder de negociação se fragiliza e aí o presidente da Câmara passa a ter um poder muito maior do que é natural”, disse.
 
As últimas semanas foram marcadas por dificuldades de negociação entre o Planalto e o Congresso. O Legislativo aprovou medidas de desidratação de ministérios como o do Meio Ambiente e dos Povos Originários e ainda discute a votação da Medida Provisória que coloca em risco a organização ministerial do governo Lula
 
Janones também avaliou que o governo tem dificuldades com o Congresso pela composição majoritariamente conservadora na Câmara e Senado. Segundo o parlamentar, a ala que antes era chamada de ‘Centrão’ hoje deveria chamar-se ‘Direitão’ por seu alinhamento ideológico.