Brasília - Jair Bolsonaro ignorou a lista tríplice do Ministério Público e decidiu que o sucessor de Raquel Dodge na Procuradoria Geral da República (PGR) será Antônio Carlos Martins Soares. O responsável pela escolha é o 01, Flávio Bolsonaro, enrolado com o caso Queiroz. Escolhido chega com a missão de blindar o clã Bolsonaro.

A sugestão inicial do nome de Soares foi do advogado criminalista Frederick Wassef, que tem Flávio Bolsonaro como seu cliente mais notório no momento (leia aqui a nota da coluna Radar de Veja).

Segundo a coluna Painel, da Folha de S.Paulo, integrantes da PGR estão preocupados com a possível escolha, somada às mudanças que o presidente Bolsonaro anunciou na Receita Federal e no Coaf.

“Para um articulado membro da carreira, se o Planalto optar pelo subprocurador Antonio Carlos Simões Soares, como aventado nos últimos dias, ‘caos será pouco para descrever o que será da Procuradoria'”, escreve Daniela Lima que assina a coluna.

“Um desses procuradores conta que, ao questionar um colega sobre a personalidade de Soares, ouviu como resposta: ‘Ele é trevoso’”, completa.

Ainda segundo a colunista, um ex-juiz federal que disse conhecer bem a Procuradoria-Geral da República pondera que, se Bolsonaro optar por escolher um nome fora da lista tríplice ou sem alguma conexão com o restante do MPF, “o cenário mais provável é o de ‘ingovernabilidade, com diversos grupos se digladiando diante de um procurador-geral sem um mínimo de autoridade’”.