O senador Humberto Costa (PT/PE) criticou duramente, nesta terça-feira (6) as falas do presidente Jair Bolsonaro, que o petista considerou descriminatórias contra o Nordeste. Em discurso no plenário do Senado, o petista também advertiu para o fato de que “atos discriminatórios” contra a região “podem redundar em um processo por crime de responsabilidade contra o presidente”. Durante o discurso, Humberto recebeu apartes de senadores da Paraíba, Maranhão e Rio Grande do Norte.


“Essas agressões contra o Nordeste, muitas vezes travestidas de pilhérias de mau gosto, têm sido constantes. Nunca se viu tanto desprezo, tanta afronta, tanta segregação partindo de alguém com a faixa presidencial sobre o peito. Isso é inaceitável e terá de ter um freio”, destacou Humberto, acrescentando que Bolsonaro “não pode seguir hostilizando os governadores, o Nordeste e o seu povo, tentando segregar o Brasil, em total desrespeito ao cargo. Isso é crime. E ele terá de responder por esses atos atentatórios à federação e à Constituição que jurou defender, se ousar praticá-los”, frisou o petista.


O senador anunciou, ainda, que todos os dados sobre repasses e investimentos estão sendo levantados para avaliar se os nove estados nordestinos estão sendo vítimas de retaliação pelo Palácio do Planalto.


Para o líder do PT, os nove governadores nordestinos têm agido com altivez política diante dos ataques de Bolsonaro, que, na segunda-feira (5), afirmou que eles praticam “politicalha”. A iniciativa de criação do Consórcio Nordeste, formado conjuntamente pelos nove chefes de Executivo estaduais, foi apontada pelo senador como “a maior inovação político-administrativa vista no Brasil nos últimos tempos”. 


Humberto ressaltou que o Consórcio vai reduzir o custo das compras governais, integrar as forças de segurança estaduais e estabelecer uma agenda de resultados para outras áreas, como educação e saúde. “Em breve, veremos operar o Mais Médicos Nordeste, que substituirá o programa criado pela presidenta Dilma e destruído pelo atual governo. Essa é a pauta do Brasil real. As pessoas querem saber de soluções para o desemprego, para a crise econômica, para a miséria, soluções que o governo incompetente de Bolsonaro não oferece ao país”, criticou o senador.