array(31) {
["id"]=>
int(108291)
["title"]=>
string(46) "Grupo quer reeleição de Alcolumbre e de Maia"
["content"]=>
string(8268) "
Menos de cinco meses depois da eleição para as presidências da Câmara e do Senado, um grupo de parlamentares avalia, nos bastidores, a possibilidade de apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para permitir reeleições ao comando do Legislativo, sem qualquer limitação. Três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já foram consultados reservadamente e deram aval à iniciativa, sob o argumento de que se trata de uma questão interna do Parlamento.
Atualmente, a Constituição proíbe que presidentes da Câmara e do Senado sejam reconduzidos ao cargo na mesma legislatura. Isso quer dizer que, em 2021, nem o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nem o do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), poderão concorrer à reeleição, se essa regra - também contida no regimento das duas Casas - não for alterada.
"Não estou sabendo de nenhuma articulação nesse sentido e sou contra", disse Maia ao Estado. A reportagem apurou que a ideia partiu de Alcolumbre, mas, por meio de sua assessoria, ele negou qualquer manobra para se manter à frente do Senado.
Para que uma PEC seja aprovada, é necessário o apoio de 308 deputados e 49 senadores, em duas votações, placar considerado difícil de ser obtido, mesmo porque não há consenso sobre o tema. Maia está no comando da Câmara desde julho de 2016. Foi eleito para um "mandato-tampão" depois que o então presidente da Casa, Eduardo Cunha (MDB-RJ), renunciou. Em 2017, conquistou novo mandato, após vencer polêmicas jurídicas sobre a candidatura. Repetiu a dose em fevereiro, já na nova legislatura, quando Alcolumbre também se saiu vitorioso no Senado.
Enquanto não há acordo sobre reeleição no Congresso, os partidos do Centrão e também o PSL do presidente Jair Bolsonaro se movimentam para escolher potenciais candidatos à sucessão na Câmara, em fevereiro de 2021. Com o provável racha do Centrão na disputa, o PSL avançou uma casa no jogo e tenta construir uma candidatura própria à cadeira de Maia.
O governo tem interesse em emplacar aliados na cúpula do Congresso e já começa a fazer "prospecções" sobre possíveis postulantes nas fileiras da centro-direita.
Sem nomes fortes para a próxima disputa, o DEM corre o risco de perder as duas Casas um ano antes do fim do mandato de Bolsonaro. A portas fechadas, integrantes da oposição e de partidos do Centrão observam ainda que, com tantos problemas na política e na economia, Bolsonaro também pode até cair antes do término do mandato.
Em um cenário de impeachment, quem toma posse é o vice, mas, se a chapa toda for cassada na primeira metade do mandato, o presidente da Câmara assume o cargo para convocar novas eleições. Nesse caso, ele também pode ser candidato.
Na prática, em qualquer situação, o presidente da Câmara - que é o segundo cargo na linha sucessória, depois do vice - tem papel estratégico para o Palácio do Planalto. É dele o poder de arquivar ou dar prosseguimento a pedidos de impeachment e também de definir quais projetos de lei devem ir à votação.
Maia e Bolsonaro vivem uma relação marcada por confrontos. Apesar dos percalços, no entanto, o presidente conta com o deputado para aprovar a agenda econômica. Recentemente, Maia chegou a dizer que, embora o governo seja "uma usina de crises", o Congresso está "blindado" e vai votar a reforma da Previdência. Trata-se de mais um movimento para fazer um contraponto ao Executivo.
Visto como uma espécie de primeiro-ministro, Maia não se aliou, porém, aos colegas senadores que querem emplacar agora uma PEC para instituir o parlamentarismo no Brasil. "O presidente tem direito à reeleição", disse ele, ao Estado, no início do mês. "Não adianta tentar esse caminho sem a gente fazer uma coisa muito simples: convencer a população de que o sistema parlamentarista é mais estável do que o presidencialista."
Veto
No começo do ano, antes de apoiar a recondução de Maia ao comando da Câmara, o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, bateu à sua porta com uma dúvida. Perguntou se ele vetava o líder do PP, deputado Arthur Lira (PI), para sua sucessão. Maia respondeu que não vetava ninguém, até para não ser vetado. "Só preciso dessa sua garantia", avisou Ciro.
O problema é que o PP - partido do núcleo duro do Centrão - tem agora dois pré-candidatos à eleição na Câmara: Lira e o líder da Maioria, deputado Aguinaldo Ribeiro (PB).
Amigos de Maia asseguram que a sua preferência é por Ribeiro, ex-ministro das Cidades de Dilma Rousseff. Mesmo assim, ele não vai prometer apoio a ninguém, ao menos por enquanto, porque seu partido, o DEM, também deverá apresentar candidato. O mais cotado, hoje, é o líder do DEM na Câmara, Elmar Nascimento (BA).
"Essa disputa está muito longe para fazermos conjecturas", desconversou o deputado. No mês passado, Elmar subiu à tribuna para afirmar que o governo e a liderança do PSL usam "estratégia canalha", na tentativa de jogar a culpa dos erros do Planalto no colo dos parlamentares.
Líder da maioria, Ribeiro, por sua vez, não negou o interesse na cadeira de Maia. Disse, no entanto, que "não é o momento" para discutir o assunto. "A candidatura é um processo de construção", argumentou. Procurado, Lira se recusou a responder às perguntas.
No PSL de Bolsonaro, os nomes mais citados, hoje, são os dos deputados Eduardo Bolsonaro (SP) e Joice Hasselmann (SP), líder do governo no Congresso. Joice, porém, também poderá ser a aposta do partido para a Prefeitura de São Paulo, no ano que vem.
"Eu acho que o PSL não terá a menor chance na Câmara, porque é muito desunido", constatou o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP). "O partido não tem condições de administrar uma Casa dessas e, hoje, nem mereceria, mas, daqui a seis meses, vamos ver."
Conhecido como "o rei do baixo clero", o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) já está em campanha. Ele reúne toda quarta-feira cerca de 50 colegas em sua casa para um almoço, com direito à sobremesa com doces e queijos mineiros. Fabinho Liderança, como é chamado, negou, porém, que os encontros com seus pares tenham objetivo eleitoral. "A grande preocupação de todos é dar uma resposta positiva para as demandas da sociedade porque, quem não der, sabe que não será reeleito", disse ele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
"
["author"]=>
string(6) "Minas1"
["user"]=>
NULL
["image"]=>
array(6) {
["id"]=>
int(553351)
["filename"]=>
string(9) "grupo.jpg"
["size"]=>
string(5) "79389"
["mime_type"]=>
string(10) "image/jpeg"
["anchor"]=>
NULL
["path"]=>
string(9) "politica/"
}
["image_caption"]=>
string(33) " © Pedro França/Agência Senado"
["categories_posts"]=>
NULL
["tags_posts"]=>
array(0) {
}
["active"]=>
bool(true)
["description"]=>
string(142) "Sem nomes fortes para a próxima disputa, o DEM corre o risco de perder as duas Casas um ano antes do fim do mandato de Bolsonaro
"
["author_slug"]=>
string(6) "minas1"
["views"]=>
int(230)
["images"]=>
NULL
["alternative_title"]=>
string(0) ""
["featured"]=>
bool(false)
["position"]=>
int(0)
["featured_position"]=>
int(0)
["users"]=>
NULL
["groups"]=>
NULL
["author_image"]=>
NULL
["thumbnail"]=>
NULL
["slug"]=>
string(44) "grupo-quer-reeleicao-de-alcolumbre-e-de-maia"
["categories"]=>
array(1) {
[0]=>
array(9) {
["id"]=>
int(431)
["name"]=>
string(9) "Política"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(8) "politica"
}
}
["category"]=>
array(9) {
["id"]=>
int(431)
["name"]=>
string(9) "Política"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(8) "politica"
}
["tags"]=>
NULL
["created_at"]=>
object(DateTime)#539 (3) {
["date"]=>
string(26) "2019-06-22 23:47:26.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["updated_at"]=>
object(DateTime)#546 (3) {
["date"]=>
string(26) "2019-06-22 23:47:26.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["published_at"]=>
string(25) "2019-06-22T23:50:00-03:00"
["group_permissions"]=>
array(4) {
[0]=>
int(1)
[1]=>
int(4)
[2]=>
int(2)
[3]=>
int(3)
}
["image_path"]=>
string(18) "politica/grupo.jpg"
}
Menos de cinco meses depois da eleição para as presidências da Câmara e do Senado, um grupo de parlamentares avalia, nos bastidores, a possibilidade de apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para permitir reeleições ao comando do Legislativo, sem qualquer limitação. Três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já foram consultados reservadamente e deram aval à iniciativa, sob o argumento de que se trata de uma questão interna do Parlamento.
Atualmente, a Constituição proíbe que presidentes da Câmara e do Senado sejam reconduzidos ao cargo na mesma legislatura. Isso quer dizer que, em 2021, nem o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nem o do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), poderão concorrer à reeleição, se essa regra - também contida no regimento das duas Casas - não for alterada.
"Não estou sabendo de nenhuma articulação nesse sentido e sou contra", disse Maia ao Estado. A reportagem apurou que a ideia partiu de Alcolumbre, mas, por meio de sua assessoria, ele negou qualquer manobra para se manter à frente do Senado.
Para que uma PEC seja aprovada, é necessário o apoio de 308 deputados e 49 senadores, em duas votações, placar considerado difícil de ser obtido, mesmo porque não há consenso sobre o tema. Maia está no comando da Câmara desde julho de 2016. Foi eleito para um "mandato-tampão" depois que o então presidente da Casa, Eduardo Cunha (MDB-RJ), renunciou. Em 2017, conquistou novo mandato, após vencer polêmicas jurídicas sobre a candidatura. Repetiu a dose em fevereiro, já na nova legislatura, quando Alcolumbre também se saiu vitorioso no Senado.
Enquanto não há acordo sobre reeleição no Congresso, os partidos do Centrão e também o PSL do presidente Jair Bolsonaro se movimentam para escolher potenciais candidatos à sucessão na Câmara, em fevereiro de 2021. Com o provável racha do Centrão na disputa, o PSL avançou uma casa no jogo e tenta construir uma candidatura própria à cadeira de Maia.
O governo tem interesse em emplacar aliados na cúpula do Congresso e já começa a fazer "prospecções" sobre possíveis postulantes nas fileiras da centro-direita.
Sem nomes fortes para a próxima disputa, o DEM corre o risco de perder as duas Casas um ano antes do fim do mandato de Bolsonaro. A portas fechadas, integrantes da oposição e de partidos do Centrão observam ainda que, com tantos problemas na política e na economia, Bolsonaro também pode até cair antes do término do mandato.
Em um cenário de impeachment, quem toma posse é o vice, mas, se a chapa toda for cassada na primeira metade do mandato, o presidente da Câmara assume o cargo para convocar novas eleições. Nesse caso, ele também pode ser candidato.
Na prática, em qualquer situação, o presidente da Câmara - que é o segundo cargo na linha sucessória, depois do vice - tem papel estratégico para o Palácio do Planalto. É dele o poder de arquivar ou dar prosseguimento a pedidos de impeachment e também de definir quais projetos de lei devem ir à votação.
Maia e Bolsonaro vivem uma relação marcada por confrontos. Apesar dos percalços, no entanto, o presidente conta com o deputado para aprovar a agenda econômica. Recentemente, Maia chegou a dizer que, embora o governo seja "uma usina de crises", o Congresso está "blindado" e vai votar a reforma da Previdência. Trata-se de mais um movimento para fazer um contraponto ao Executivo.
Visto como uma espécie de primeiro-ministro, Maia não se aliou, porém, aos colegas senadores que querem emplacar agora uma PEC para instituir o parlamentarismo no Brasil. "O presidente tem direito à reeleição", disse ele, ao Estado, no início do mês. "Não adianta tentar esse caminho sem a gente fazer uma coisa muito simples: convencer a população de que o sistema parlamentarista é mais estável do que o presidencialista."
Veto
No começo do ano, antes de apoiar a recondução de Maia ao comando da Câmara, o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, bateu à sua porta com uma dúvida. Perguntou se ele vetava o líder do PP, deputado Arthur Lira (PI), para sua sucessão. Maia respondeu que não vetava ninguém, até para não ser vetado. "Só preciso dessa sua garantia", avisou Ciro.
O problema é que o PP - partido do núcleo duro do Centrão - tem agora dois pré-candidatos à eleição na Câmara: Lira e o líder da Maioria, deputado Aguinaldo Ribeiro (PB).
Amigos de Maia asseguram que a sua preferência é por Ribeiro, ex-ministro das Cidades de Dilma Rousseff. Mesmo assim, ele não vai prometer apoio a ninguém, ao menos por enquanto, porque seu partido, o DEM, também deverá apresentar candidato. O mais cotado, hoje, é o líder do DEM na Câmara, Elmar Nascimento (BA).
"Essa disputa está muito longe para fazermos conjecturas", desconversou o deputado. No mês passado, Elmar subiu à tribuna para afirmar que o governo e a liderança do PSL usam "estratégia canalha", na tentativa de jogar a culpa dos erros do Planalto no colo dos parlamentares.
Líder da maioria, Ribeiro, por sua vez, não negou o interesse na cadeira de Maia. Disse, no entanto, que "não é o momento" para discutir o assunto. "A candidatura é um processo de construção", argumentou. Procurado, Lira se recusou a responder às perguntas.
No PSL de Bolsonaro, os nomes mais citados, hoje, são os dos deputados Eduardo Bolsonaro (SP) e Joice Hasselmann (SP), líder do governo no Congresso. Joice, porém, também poderá ser a aposta do partido para a Prefeitura de São Paulo, no ano que vem.
"Eu acho que o PSL não terá a menor chance na Câmara, porque é muito desunido", constatou o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP). "O partido não tem condições de administrar uma Casa dessas e, hoje, nem mereceria, mas, daqui a seis meses, vamos ver."
Conhecido como "o rei do baixo clero", o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) já está em campanha. Ele reúne toda quarta-feira cerca de 50 colegas em sua casa para um almoço, com direito à sobremesa com doces e queijos mineiros. Fabinho Liderança, como é chamado, negou, porém, que os encontros com seus pares tenham objetivo eleitoral. "A grande preocupação de todos é dar uma resposta positiva para as demandas da sociedade porque, quem não der, sabe que não será reeleito", disse ele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.