O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, se reuniu nesta segunda-feira (2/3) com o governador de São Paulo, João Doria, para discutir o Programa de Cooperação entre a Defesa Civil dos dois Estados. O objetivo da parceria é reduzir os impactos das chuvas, intensificando o monitoramento de riscos geológicos e investindo na capacitação dos órgãos competentes.

Para Zema, o encontro é uma forma de unir forças e reduzir os impactos provocados pelo aumento do índice pluviométrico na região Sudeste do país. “Tanto Minas Gerais quanto São Paulo vêm sofrendo com o altíssimo volume de chuva que nos atingiu nos últimos dois meses. Acredito que os dois Estados têm muito o que trocar em experiências e tecnologias que nos ajudem na reconstrução das cidades mais afetadas. Juntos, certamente conseguiremos resultados melhores na redução dos danos e na criação de políticas públicas focadas na prevenção”, afirmou.

Entre os temas tratados pelos governadores estão: realização de capacitação do efetivo de Minas Gerais junto com o de São Paulo, especificamente para o aspecto geológico e estrutural; treinamento conjunto para equipes de SP e MG, com simulados e cursos envolvendo ameaças, principalmente relacionadas a barragens; parceria para mapeamento de áreas de risco via satélite, com utilização conjunta que possibilite menos custo e mais agilidade; contenção de inundações e alagamentos; aprimoramento do intercâmbio na área de reconstrução da Defesa Civil de São Paulo com objetivo de estruturar áreas de obras em Minas Gerais; e criação de uma força tarefa de apoio mútuo para a região Sul e Sudeste por meio do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud).

O governador do Estado de São Paulo, João Doria, destacou experiências vividas pelas duas unidades federativas que podem ser trocadas, melhorando o atendimento às populações paulista e mineira atingidas pela chuva.

“Desde o início, há duas semanas, combinamos de ter essa reunião de cooperação entre a Defesa Civil de Minas Gerais e a Defesa Civil de São Paulo, dadas as experiências que Minas teve desde janeiro passado, com Brumadinho. E São Paulo também no mesmo período. A época de verão em Minas Gerais e o período de verão em São Paulo produziram chuvas inigualáveis nos últimos 70 anos. E o acordo de cooperação na área de Defesa Civil vai ajudar os dois Estados a terem ações preventivas e também de socorro à população em circunstâncias climáticas. Infelizmente, a previsão é de termos chuvas intensas até o final de março”, afirmou.

Também participaram do encontro o secretário de Estado de Governo de Minas, Bilac Pinto; o chefe do Gabinete Militar do Governador e coordenador estadual de Defesa Civil/MG, coronel Rodrigo Sousa Rodrigues; o secretário especial e chefe do Escritório de Representação do Estado de São Paulo em Brasília, Antonio Imbassahy; e o secretário chefe da Casa Militar de São Paulo, coronel Walter Nyakas.

Chuva em Minas

O coordenador adjunto da Defesa Civil de Minas Gerais, tenente-coronel Flávio Godinho, destacou as estratégias adotadas em Minas Gerais para lidar com as tempestades que ainda devem cair no estado nas próximas semanas.

“Neste momento, o planejamento é continuar monitorando as áreas de risco, fazendo os alertas com tempo suficiente para que as pessoas possam se prevenir e mandando equipes para o interior para dar apoio a algumas Defesas Civis que não conseguem se estruturar de forma imediata. Vale ressaltar também que nós estamos dando todo apoio aos municípios para que eles possam receber o recurso que o governo federal destinou às cidades atingidas”, explicou, referindo-se ao compromisso firmado pela União de repassar até R$ 1 bilhão para os municípios mais afetados pelas chuvas.

No último sábado (29/2), 35 cidades mineiras receberam o valor de R$ 17 milhões, por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional. Os demais municípios, incluindo alguns que tiveram os pedidos de recursos indeferidos pelo governo federal, estão recebendo apoio da Defesa Civil estadual para adequar a documentação.

“Nós estamos, hoje, com 57 municípios que tiveram os seus pedidos de recursos indeferidos pelo governo federal para que fossem corrigidos. Eles precisam de acertos de quantidades de pessoas desalojadas, locais que tiveram alguns desastres, e nós estamos auxiliando de forma técnica para que esta documentação fique pronta até quarta-feira para que possamos encaminhar novamente para Brasília”, finalizou Godinho.