array(31) {
["id"]=>
int(130705)
["title"]=>
string(76) "Governo reage com ameaças às denúncias de deputado e irmão sobre Covaxin"
["content"]=>
string(4960) "CRISE
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, fez uma série de ameaças ao deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). O parlamentar e o irmão dele, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, denunciaram suspeitas de corrupção na compra, pelo governo federal, da vacina indiana Covaxin. De acordo com Lorenzoni, o presidente Jair Bolsonaro determinou que a Polícia Federal investigue os dois.
Lorenzoni afirmou que vai pedir a abertura de um procedimento administrativo disciplinar junto à Controladoria-Geral da União (CGU) para apurar a conduta do servidor, que disse, em depoimento à Procuradoria da República do Distrito Federal, ter sofrido “pressões anormais” em relação à Covaxin por parte da alta cúpula da pasta. “O servidor será investigado por prevaricação”, enfatizou o ministro, em pronunciamento realizado para negar as acusações em relação à aquisição do imunizante.
Ao comentar e mostrar documentos da contratação, Lorenzoni levantou a possibilidade de falsificação de provas. “O senhor Luis Miranda diz que havia um contrato entre o governo brasileiro e a empresa A, Bharat Biotech, e que apareceu uma nota fiscal de uma compra por meio da Madison Biotech. A Madison nada mais é do que a subsidiária da Bharat Biotech, localizada em Cingapura, responsável por todos os contratos da Bharat Biotech no comércio internacional. Portanto, não existe uma terceira empresa”, frisou.
De acordo com ele, o governo pedirá aos peritos da Polícia Federal uma análise dos documentos. Ressaltou, também, que, apesar de o contrato ter sido assinado, ainda não houve pagamento pela vacina. “Nenhum centavo saiu dos cofres do Ministério da Saúde”, destacou.
Em tom de ameaça, o ministro mandou recado ao parlamentar: “Deputado Luis Miranda, Deus tá vendo, mas o senhor não vai só se entender com Deus, não, vai se entender com a gente também. O senhor vai explicar e pagar pela irresponsabilidade, pela má-fé, pela denunciação caluniosa e pela produção de provas falsas”, completou.
Coerção
A mensagem do governo foi vista por integrantes da CPI da Covid — onde Miranda e o irmão vão depor, amanha — como uma tentativa de coerção. O vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) enfatizou que, enquanto o colegiado passou a investigar e a colher provas do “enorme esquema de corrupção”, o governo federal não apurou a denúncia. Por outro lado, “vem a público e faz clara ameaça aos denunciantes do esquema”. “Ato de covardes”, criticou.
Pelas redes sociais, o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), classificou a reação como “desespero” de Bolsonaro. Já o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), frisou que “ameaças e discursos vazios são apenas sinal de desespero”. “As escolhas do governo federal já são claras. Vamos buscar as motivações. Só convicções equivocadas ou interesse econômico?”, questionou. Existe a possibilidade de a convocação de Lorenzoni para prestar esclarecimentos.
Mesmo sob ameaças, Luis Miranda não demonstrou ter se sentido coagido. Após o pronunciamento de Lorenzoni, ele rebateu. “Sexta-feira (amanhã), o Brasil saberá a verdade, e os documentos falam por si só... Se ficarmos calados, já será suficiente para todos os brasileiros se revoltarem e ainda entender quem está atrasando o Brasil”, enfatizou.
Horas antes das declarações de Lorenzoni, Randolfe Rodrigues informou que a CPI ia requisitar segurança para os irmãos e familiares. “As informações que o deputado está declinando à imprensa e que trará a esta CPI são de extremo interesse público. Sua vida e de sua família precisam estar resguardadas”, justificou.
"
["author"]=>
string(57) " Bruna Lima/ Maria Eduarda Cardim - Correio Braziliense"
["user"]=>
NULL
["image"]=>
array(6) {
["id"]=>
int(580921)
["filename"]=>
string(15) "onixdobomzu.jpg"
["size"]=>
string(5) "24851"
["mime_type"]=>
string(10) "image/jpeg"
["anchor"]=>
NULL
["path"]=>
string(9) "politica/"
}
["image_caption"]=>
string(147) "O ministro Onyx Lorenzoni disse que o deputado federal Luis Miranda, apoiador do governo, vai pagar pela traição ao presidente (EVARISTO SÁ/AFP)"
["categories_posts"]=>
NULL
["tags_posts"]=>
array(0) {
}
["active"]=>
bool(true)
["description"]=>
string(0) ""
["author_slug"]=>
string(51) "bruna-lima-maria-eduarda-cardim-correio-braziliense"
["views"]=>
int(91)
["images"]=>
NULL
["alternative_title"]=>
string(0) ""
["featured"]=>
bool(false)
["position"]=>
int(0)
["featured_position"]=>
int(0)
["users"]=>
NULL
["groups"]=>
NULL
["author_image"]=>
NULL
["thumbnail"]=>
NULL
["slug"]=>
string(72) "governo-reage-com-ameacas-as-denuncias-de-deputado-e-irmao-sobre-covaxin"
["categories"]=>
array(1) {
[0]=>
array(9) {
["id"]=>
int(431)
["name"]=>
string(9) "Política"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(8) "politica"
}
}
["category"]=>
array(9) {
["id"]=>
int(431)
["name"]=>
string(9) "Política"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(8) "politica"
}
["tags"]=>
NULL
["created_at"]=>
object(DateTime)#539 (3) {
["date"]=>
string(26) "2021-06-24 13:09:03.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["updated_at"]=>
object(DateTime)#546 (3) {
["date"]=>
string(26) "2021-06-24 14:31:47.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["published_at"]=>
string(25) "2021-06-24T13:10:00-03:00"
["group_permissions"]=>
array(4) {
[0]=>
int(1)
[1]=>
int(4)
[2]=>
int(2)
[3]=>
int(3)
}
["image_path"]=>
string(24) "politica/onixdobomzu.jpg"
}
CRISE
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, fez uma série de ameaças ao deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). O parlamentar e o irmão dele, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, denunciaram suspeitas de corrupção na compra, pelo governo federal, da vacina indiana Covaxin. De acordo com Lorenzoni, o presidente Jair Bolsonaro determinou que a Polícia Federal investigue os dois.
Lorenzoni afirmou que vai pedir a abertura de um procedimento administrativo disciplinar junto à Controladoria-Geral da União (CGU) para apurar a conduta do servidor, que disse, em depoimento à Procuradoria da República do Distrito Federal, ter sofrido “pressões anormais” em relação à Covaxin por parte da alta cúpula da pasta. “O servidor será investigado por prevaricação”, enfatizou o ministro, em pronunciamento realizado para negar as acusações em relação à aquisição do imunizante.
Ao comentar e mostrar documentos da contratação, Lorenzoni levantou a possibilidade de falsificação de provas. “O senhor Luis Miranda diz que havia um contrato entre o governo brasileiro e a empresa A, Bharat Biotech, e que apareceu uma nota fiscal de uma compra por meio da Madison Biotech. A Madison nada mais é do que a subsidiária da Bharat Biotech, localizada em Cingapura, responsável por todos os contratos da Bharat Biotech no comércio internacional. Portanto, não existe uma terceira empresa”, frisou.
De acordo com ele, o governo pedirá aos peritos da Polícia Federal uma análise dos documentos. Ressaltou, também, que, apesar de o contrato ter sido assinado, ainda não houve pagamento pela vacina. “Nenhum centavo saiu dos cofres do Ministério da Saúde”, destacou.
Em tom de ameaça, o ministro mandou recado ao parlamentar: “Deputado Luis Miranda, Deus tá vendo, mas o senhor não vai só se entender com Deus, não, vai se entender com a gente também. O senhor vai explicar e pagar pela irresponsabilidade, pela má-fé, pela denunciação caluniosa e pela produção de provas falsas”, completou.
Coerção
A mensagem do governo foi vista por integrantes da CPI da Covid — onde Miranda e o irmão vão depor, amanha — como uma tentativa de coerção. O vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) enfatizou que, enquanto o colegiado passou a investigar e a colher provas do “enorme esquema de corrupção”, o governo federal não apurou a denúncia. Por outro lado, “vem a público e faz clara ameaça aos denunciantes do esquema”. “Ato de covardes”, criticou.
Pelas redes sociais, o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), classificou a reação como “desespero” de Bolsonaro. Já o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), frisou que “ameaças e discursos vazios são apenas sinal de desespero”. “As escolhas do governo federal já são claras. Vamos buscar as motivações. Só convicções equivocadas ou interesse econômico?”, questionou. Existe a possibilidade de a convocação de Lorenzoni para prestar esclarecimentos.
Mesmo sob ameaças, Luis Miranda não demonstrou ter se sentido coagido. Após o pronunciamento de Lorenzoni, ele rebateu. “Sexta-feira (amanhã), o Brasil saberá a verdade, e os documentos falam por si só... Se ficarmos calados, já será suficiente para todos os brasileiros se revoltarem e ainda entender quem está atrasando o Brasil”, enfatizou.
Horas antes das declarações de Lorenzoni, Randolfe Rodrigues informou que a CPI ia requisitar segurança para os irmãos e familiares. “As informações que o deputado está declinando à imprensa e que trará a esta CPI são de extremo interesse público. Sua vida e de sua família precisam estar resguardadas”, justificou.