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Anúncio do Consórcio do Nordeste, na semana passada, deu destaque ao bloco Em contraponto à gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL), eles se uniram em torno de um projeto comum e começam a consolidar um novo polo de poder na esquerda pós- -Lula (PT). Com a força política de suas canetas, os governadores dos nove estados do Nordeste - sete deles de partidos de esquerda - intensificaram agendas conjuntas, afinaram o discurso e tentam dar peso político à região onde vivem 55 milhões de brasileiros.
Para isso, deixaram em segundo plano o debate sobre costumes, na qual a polarização com Bolsonaro tende a atingir níveis ainda mais críticos, e trouxeram para o centro da discussão temas com maior impacto no cotidiano da população, como emprego, saúde e segurança. A estratégia ficou visível na última segunda, quando os governadores formalizaram em Salvador a criação do Consórcio Nordeste, entidade que viabilizará parcerias entre os estados da região. Em entrevista à imprensa, eles negaram que a proposta fosse um contraponto a Bolsonaro. Mas, politicamente, todos os signos que apontavam nessa direção estavam lá.
Perfilados lado a lado, os governadores posaram para fotos após o lançamento do projeto. Atrás deles, um banner trazia um slogan com discurso nacional: “Consórcio Nordeste: o Brasil que cresce unido”. A escolha não foi ao acaso. A ideia de união do slogan é um contraponto direto a Bolsonaro, que segue a lógica do conf lito em seu governo.
Do grupo, despontam dois nomes que podem disputar a eleição presidencial em 2022: Flávio Dino (PC do B), do Maranhão, e Rui Costa (PT), da Bahia. No discurso de ambos, a ideia de contraponto também esteve presente, nem sempre de forma tão sutil. Dino afirmou que o consórcio mostra “diferença muito clara entre formas de governar” de Bolsonaro e dos governadores nordestinos, que propõem “uma agenda real, sintonizada com as necessidades”. “Não queremos confusão, perseguição e conf lito. Queremos união e paz em favor do Brasil. Mas também não aceitaremos agressividade e temos firmeza para defendermos nossos estados e nossa região”, afirmou Dino, que recentemente foi chamado por Bolsonaro de “pessoa intragável”. Presidente do Consórcio Nordeste, Rui destacou por várias vezes a palavra união e citou o grupo como uma iniciativa para “ajudar o país a crescer e superar a crise”.
Três dias depois, quando voltou à cidade de Vitória da Conquista (BA) após embate com o presidente sobre o novo aeroporto da cidade, adotou tom mais duro: afirmou que Bolsonaro “não tem trabalho para apresentar” e acusou o governo federal de “dar calote” ao atrasar repasses para obras com recursos federais. Mesmo com a postura crítica ao presidente, os governadores buscam mostrar-se como uma oposição mais palatável e abrangente.
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Anúncio do Consórcio do Nordeste, na semana passada, deu destaque ao bloco Em contraponto à gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL), eles se uniram em torno de um projeto comum e começam a consolidar um novo polo de poder na esquerda pós- -Lula (PT). Com a força política de suas canetas, os governadores dos nove estados do Nordeste - sete deles de partidos de esquerda - intensificaram agendas conjuntas, afinaram o discurso e tentam dar peso político à região onde vivem 55 milhões de brasileiros.
Para isso, deixaram em segundo plano o debate sobre costumes, na qual a polarização com Bolsonaro tende a atingir níveis ainda mais críticos, e trouxeram para o centro da discussão temas com maior impacto no cotidiano da população, como emprego, saúde e segurança. A estratégia ficou visível na última segunda, quando os governadores formalizaram em Salvador a criação do Consórcio Nordeste, entidade que viabilizará parcerias entre os estados da região. Em entrevista à imprensa, eles negaram que a proposta fosse um contraponto a Bolsonaro. Mas, politicamente, todos os signos que apontavam nessa direção estavam lá.
Perfilados lado a lado, os governadores posaram para fotos após o lançamento do projeto. Atrás deles, um banner trazia um slogan com discurso nacional: “Consórcio Nordeste: o Brasil que cresce unido”. A escolha não foi ao acaso. A ideia de união do slogan é um contraponto direto a Bolsonaro, que segue a lógica do conf lito em seu governo.
Do grupo, despontam dois nomes que podem disputar a eleição presidencial em 2022: Flávio Dino (PC do B), do Maranhão, e Rui Costa (PT), da Bahia. No discurso de ambos, a ideia de contraponto também esteve presente, nem sempre de forma tão sutil. Dino afirmou que o consórcio mostra “diferença muito clara entre formas de governar” de Bolsonaro e dos governadores nordestinos, que propõem “uma agenda real, sintonizada com as necessidades”. “Não queremos confusão, perseguição e conf lito. Queremos união e paz em favor do Brasil. Mas também não aceitaremos agressividade e temos firmeza para defendermos nossos estados e nossa região”, afirmou Dino, que recentemente foi chamado por Bolsonaro de “pessoa intragável”. Presidente do Consórcio Nordeste, Rui destacou por várias vezes a palavra união e citou o grupo como uma iniciativa para “ajudar o país a crescer e superar a crise”.
Três dias depois, quando voltou à cidade de Vitória da Conquista (BA) após embate com o presidente sobre o novo aeroporto da cidade, adotou tom mais duro: afirmou que Bolsonaro “não tem trabalho para apresentar” e acusou o governo federal de “dar calote” ao atrasar repasses para obras com recursos federais. Mesmo com a postura crítica ao presidente, os governadores buscam mostrar-se como uma oposição mais palatável e abrangente.