O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) alertou para a necessidade de melhor coordenação do governo Jair Bolsonaro no plano de enfrentamento à pandemia do coronavírus. "No momento que a doença recrudesce, surge uma esperança, a vacina, mas o presidente da República faz de tudo para transformá-la numa miragem. Esse é o Brasil de Jair Bolsonaro", disse. "Vacina não tem partido", continuou o parlamentar em análise publicada no jornal O Dia (RJ). 

Bolsonaro voltou a politizar a vacinação, durante live na quinta-feira (24). "A eficácia daquela vacina de SP parece que tá lá embaixo, né?", afirmou ele em referência à CoronaVac, vacina que está sendo desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo, estado governado por João Doria (PSDB), um dos principais desafetos políticos de Bolsonaro. 

De acordo com o deputado, "a realidade é um horror, mas ela tem uma vantagem sobre a ficção: nós podemos modificá-la". 
 
"Se de um lado o presidente dobra a aposta no negacionismo anticiência, transformando a vacina em arma de guerra ideológica e gerando insegurança sobre a imunização, nós estamos trabalhando com cientistas, profissionais da saúde e movimentos da sociedade civil para ajudar a transformar a vacinação em realidade o mais rapidamente possível, sem abrir mão da segurança", disse.

O parlamentar relembrou o sucesso do governo Lula na vacinação contra o coronavírus. "O Brasil é referência mundial em campanhas de vacinação em massa. Na imunização contra a pandemia de H1N1 em 2010, por exemplo, 27 milhões de pessoas foram vacinadas por mês em média. É com base nessa experiência que apresentei ao Congresso Nacional uma proposta de calendário nacional de imunização", disse.


"Sabemos que a caneta está na mão do governo federal, que não demonstra qualquer compromisso com a vacinação. Mas apesar das limitações constitucionais do trabalho parlamentar, estamos cumprindo o nosso dever de lutar para que a imunização se torne realidade e o país possa finalmente sair desse deserto", acrescentou.