array(31) {
["id"]=>
int(124640)
["title"]=>
string(55) "Frágil identidade nacional e atropelos debilitam Doria"
["content"]=>
string(7687) "SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O conselho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) de que João Doria (PSDB) precisa se nacionalizar se quiser concorrer à Presidência da República em 2022 deu a dimensão dos obstáculos que o governador paulista terá que superar para alcançar seu objetivo.
Doria enfrenta dificuldades internas, com resistência de parte dos tucanos ao seu nome, e externas, pois precisa recuperar prestígio entre seu eleitorado. A eleição municipal na capital paulista, apesar de ter sido vencida pelo aliado Bruno Covas (PSDB), escancarou a rejeição dos moradores de São Paulo ao governador.
Mirando o Planalto, Doria investe na articulação para formar uma frente de partidos de centro -mas antes de vislumbrar ser escolhido candidato por esse bloco, precisa aglutinar apoios no PSDB.
Membros do partido têm a avaliação de que Doria tem prestígio e aliados entre os tucanos paulistas, até por controlar o diretório estadual da sigla, mas está longe de ser unanimidade entre líderes do PSDB de outros estados.
A principal aposta de Doria para cair nas graças dos paulistas e tornar-se conhecido pelo país é a vacina do laboratório chinês Sinovac, que será produzida pelo Instituto Butantan. O imunizante antecipou a disputa eleitoral com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que pretende concorrer à reeleição.
Colher resultados em São Paulo e diminuir a rejeição dos eleitores é condição para que tucanos de todo o país abracem sua candidatura em 2022.
Eleito em primeiro turno, em 2016, para a Prefeitura de São Paulo, o empresário neófito na política logo desencantou o eleitor ao abandonar o posto para concorrer ao governo do estado. Em 2018, voltou a vencer, mas por margem apertada -51,75% a 48,25%.
De maneira reservada, tucanos de fora de São Paulo afirmam que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), é mais querido e bem visto para a corrida nacional de 2022.
Já membros do PSDB de São Paulo afirmam que Doria será candidato sem dúvidas e planejam pleitear a ele ou a Covas a presidência do partido em maio, o que ajudaria a consolidar seu nome.
Os paulistas, apesar de já verem Doria com dimensão nacional inconteste e entregas para exibir, afirmam que sua costura federal ainda será feita, por meio de conversas com líderes regionais.
Os tucanos resistentes a Doria dizem que ele não representa os ideais da social-democracia e tem tornado o PSDB um partido de paulistas. Avaliam que o governador não tem capilaridade no norte e no nordeste, e nem entre minorias.
Os duros embates com Bolsonaro, com provocações da parte de Doria, somados à virada ideológica dele, da direita "Bolsodoria" ao centro democrático, tampouco ajudam. A leitura é a de que o tom do governador está acima da moderação que o partido prega. Destoa ainda do resgate da política e da social-democracia ""que Doria em tempos de gestor já quis enterrar.
Há ainda o trauma de 2018, quando o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), apesar de bem avaliado em São Paulo, teve apenas 4,76% dos votos para presidente. Para não contar apenas com seu quintal, tucanos afirmam que Doria deve viajar pelo país, conhecer realidades distintas, buscar identificação com o povo, sujar o sapato e bagunçar o cabelo ""sua imagem de "engomadinho" não foi superada.
Outro ponto é o de que Doria é visto no PSDB como alguém que impõe sua vontade e atropela em vez de buscar o convencimento e o diálogo. Nesse sentido, o governador terá que cicatrizar feridas.
Aqui são lembrados dois episódios que demonstram a falta de habilidade política de Doria e deixaram sequelas. O primeiro se refere aos pedidos de expulsão do deputado Aécio Neves (PSDB-MG), bancados pelo governador e que foram derrotados na executiva do partido em agosto de 2019.
O segundo foi a interferência direta de Doria na votação da bancada federal tucana para escolha de seu líder, algo que os deputados afirmam jamais terem visto. Há um ano, o governador chegou a articular licenças e filiações de deputados até alcançar a maioria que lhe favoreceu, estabelecendo Carlos Sampaio (PSDB-SP) como líder.
Parlamentares mencionam essa disputa como exemplo de que Doria flerta com o autoritarismo. Outros falam em caldo de resistência da bancada ao governador e lembram que o tucano comprou brigas mesmo dentro de São Paulo, com Alckmin, e desapontou a ala histórica do PSDB.
Entre os tucanos, há quem diga que uma candidatura de Doria seria isolada, não iria atrair o bloco de partidos de centro -veem que o governador serve ao papel de manter o PSDB no jogo para 2022, mas não irá se viabilizar.
A maioria, porém, afirma que as dificuldades de Doria são superáveis e que ele poderá encabeçar uma chapa do PSDB ao Planalto, ainda que nem todos os tucanos embarquem em sua campanha.
O presidente do PSDB, Bruno Araújo, tem dito que Doria é o principal nome da sigla, mas que é preciso dialogar com outros partidos para depois discutir alternativas e decidir de forma democrática.
"Ele tem esse ímpeto, essa vontade, essa disposição. É um nome forte. É governador do maior estado, o que proporciona a ele condições de ser competitivo", diz o deputado federal Celso Sabino (PSDB-PA), adversário de Doria na disputa da liderança.
"Tem todos os atributos e qualidades para se transformar num candidato competitivo do PSDB. Honesto, capaz, preparado, inteligente", afirma o presidente do PSDB mineiro, deputado federal Paulo Abi-Ackel.
Braço direito do governador, o presidente do PSDB paulista, Marco Vinholi, diz que Doria focou em resultados para São Paulo e isso irá credenciá-lo para conduzir o país. Afirma ainda que o tucano renovou o partido e o tornou líder isolado em prefeituras no estado.
"Sua projeção nacional é evidente, sendo o principal antagonista de um governo irresponsável na pandemia e o líder em um processo de obtenção da vacina para a imunização dos brasileiros", diz.
"
["author"]=>
string(10) "FolhaPress"
["user"]=>
NULL
["image"]=>
array(6) {
["id"]=>
int(573423)
["filename"]=>
string(14) "joaodoria2.jpg"
["size"]=>
string(5) "47169"
["mime_type"]=>
string(10) "image/jpeg"
["anchor"]=>
NULL
["path"]=>
string(6) "posts/"
}
["image_caption"]=>
string(15) "© Shutterstock"
["categories_posts"]=>
NULL
["tags_posts"]=>
array(0) {
}
["active"]=>
bool(true)
["description"]=>
string(173) "Doria enfrenta dificuldades internas, com resistência de parte dos tucanos ao seu nome, e externas, pois precisa recuperar prestígio entre seu eleitorado
"
["author_slug"]=>
string(10) "folhapress"
["views"]=>
int(61)
["images"]=>
NULL
["alternative_title"]=>
string(0) ""
["featured"]=>
bool(false)
["position"]=>
int(0)
["featured_position"]=>
int(0)
["users"]=>
NULL
["groups"]=>
NULL
["author_image"]=>
NULL
["thumbnail"]=>
NULL
["slug"]=>
string(54) "fragil-identidade-nacional-e-atropelos-debilitam-doria"
["categories"]=>
array(1) {
[0]=>
array(9) {
["id"]=>
int(431)
["name"]=>
string(9) "Política"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(8) "politica"
}
}
["category"]=>
array(9) {
["id"]=>
int(431)
["name"]=>
string(9) "Política"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(8) "politica"
}
["tags"]=>
NULL
["created_at"]=>
object(DateTime)#539 (3) {
["date"]=>
string(26) "2020-12-07 10:53:49.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["updated_at"]=>
object(DateTime)#546 (3) {
["date"]=>
string(26) "2020-12-07 10:53:49.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["published_at"]=>
string(25) "2020-12-07T11:00:00-03:00"
["group_permissions"]=>
array(4) {
[0]=>
int(1)
[1]=>
int(4)
[2]=>
int(2)
[3]=>
int(3)
}
["image_path"]=>
string(20) "posts/joaodoria2.jpg"
}
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O conselho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) de que João Doria (PSDB) precisa se nacionalizar se quiser concorrer à Presidência da República em 2022 deu a dimensão dos obstáculos que o governador paulista terá que superar para alcançar seu objetivo.
Doria enfrenta dificuldades internas, com resistência de parte dos tucanos ao seu nome, e externas, pois precisa recuperar prestígio entre seu eleitorado. A eleição municipal na capital paulista, apesar de ter sido vencida pelo aliado Bruno Covas (PSDB), escancarou a rejeição dos moradores de São Paulo ao governador.
Mirando o Planalto, Doria investe na articulação para formar uma frente de partidos de centro -mas antes de vislumbrar ser escolhido candidato por esse bloco, precisa aglutinar apoios no PSDB.
Membros do partido têm a avaliação de que Doria tem prestígio e aliados entre os tucanos paulistas, até por controlar o diretório estadual da sigla, mas está longe de ser unanimidade entre líderes do PSDB de outros estados.
A principal aposta de Doria para cair nas graças dos paulistas e tornar-se conhecido pelo país é a vacina do laboratório chinês Sinovac, que será produzida pelo Instituto Butantan. O imunizante antecipou a disputa eleitoral com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que pretende concorrer à reeleição.
Colher resultados em São Paulo e diminuir a rejeição dos eleitores é condição para que tucanos de todo o país abracem sua candidatura em 2022.
Eleito em primeiro turno, em 2016, para a Prefeitura de São Paulo, o empresário neófito na política logo desencantou o eleitor ao abandonar o posto para concorrer ao governo do estado. Em 2018, voltou a vencer, mas por margem apertada -51,75% a 48,25%.
De maneira reservada, tucanos de fora de São Paulo afirmam que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), é mais querido e bem visto para a corrida nacional de 2022.
Já membros do PSDB de São Paulo afirmam que Doria será candidato sem dúvidas e planejam pleitear a ele ou a Covas a presidência do partido em maio, o que ajudaria a consolidar seu nome.
Os paulistas, apesar de já verem Doria com dimensão nacional inconteste e entregas para exibir, afirmam que sua costura federal ainda será feita, por meio de conversas com líderes regionais.
Os tucanos resistentes a Doria dizem que ele não representa os ideais da social-democracia e tem tornado o PSDB um partido de paulistas. Avaliam que o governador não tem capilaridade no norte e no nordeste, e nem entre minorias.
Os duros embates com Bolsonaro, com provocações da parte de Doria, somados à virada ideológica dele, da direita "Bolsodoria" ao centro democrático, tampouco ajudam. A leitura é a de que o tom do governador está acima da moderação que o partido prega. Destoa ainda do resgate da política e da social-democracia ""que Doria em tempos de gestor já quis enterrar.
Há ainda o trauma de 2018, quando o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), apesar de bem avaliado em São Paulo, teve apenas 4,76% dos votos para presidente. Para não contar apenas com seu quintal, tucanos afirmam que Doria deve viajar pelo país, conhecer realidades distintas, buscar identificação com o povo, sujar o sapato e bagunçar o cabelo ""sua imagem de "engomadinho" não foi superada.
Outro ponto é o de que Doria é visto no PSDB como alguém que impõe sua vontade e atropela em vez de buscar o convencimento e o diálogo. Nesse sentido, o governador terá que cicatrizar feridas.
Aqui são lembrados dois episódios que demonstram a falta de habilidade política de Doria e deixaram sequelas. O primeiro se refere aos pedidos de expulsão do deputado Aécio Neves (PSDB-MG), bancados pelo governador e que foram derrotados na executiva do partido em agosto de 2019.
O segundo foi a interferência direta de Doria na votação da bancada federal tucana para escolha de seu líder, algo que os deputados afirmam jamais terem visto. Há um ano, o governador chegou a articular licenças e filiações de deputados até alcançar a maioria que lhe favoreceu, estabelecendo Carlos Sampaio (PSDB-SP) como líder.
Parlamentares mencionam essa disputa como exemplo de que Doria flerta com o autoritarismo. Outros falam em caldo de resistência da bancada ao governador e lembram que o tucano comprou brigas mesmo dentro de São Paulo, com Alckmin, e desapontou a ala histórica do PSDB.
Entre os tucanos, há quem diga que uma candidatura de Doria seria isolada, não iria atrair o bloco de partidos de centro -veem que o governador serve ao papel de manter o PSDB no jogo para 2022, mas não irá se viabilizar.
A maioria, porém, afirma que as dificuldades de Doria são superáveis e que ele poderá encabeçar uma chapa do PSDB ao Planalto, ainda que nem todos os tucanos embarquem em sua campanha.
O presidente do PSDB, Bruno Araújo, tem dito que Doria é o principal nome da sigla, mas que é preciso dialogar com outros partidos para depois discutir alternativas e decidir de forma democrática.
"Ele tem esse ímpeto, essa vontade, essa disposição. É um nome forte. É governador do maior estado, o que proporciona a ele condições de ser competitivo", diz o deputado federal Celso Sabino (PSDB-PA), adversário de Doria na disputa da liderança.
"Tem todos os atributos e qualidades para se transformar num candidato competitivo do PSDB. Honesto, capaz, preparado, inteligente", afirma o presidente do PSDB mineiro, deputado federal Paulo Abi-Ackel.
Braço direito do governador, o presidente do PSDB paulista, Marco Vinholi, diz que Doria focou em resultados para São Paulo e isso irá credenciá-lo para conduzir o país. Afirma ainda que o tucano renovou o partido e o tornou líder isolado em prefeituras no estado.
"Sua projeção nacional é evidente, sendo o principal antagonista de um governo irresponsável na pandemia e o líder em um processo de obtenção da vacina para a imunização dos brasileiros", diz.