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string(5813) "A Folha abre manchete para Luiz Fux e dá corda para as divergências do ministro, em confronto aberto com Alexandre de Moraes e os outros quatro colegas da Primeira Turma.
O jornal acordou seus leitores na quinta-feira com essa entusiasmada chamada de capa: "Fux abre caminho para questionar delação de Cid e rever penas do 8 de janeiro no STF".
A lista de discordâncias é grande. Começa pela delação de idas e vindas de Mauro Cid. Mesmo que Fux saiba, por todas as delações da Lava Jato, que um delator nunca é linear e coerente.
As discordâncias estendem-se à tipificação de delitos nas denúncias de Paulo Gonet. Ao fato de os golpistas serem processados pela Primeira Turma, e não pelo plenário. E ainda ao provável peso das penas em caso de condenação.
Fux acha tudo exagerado, começando pela pena de 14 anos para a moça resumida como a pichadora do batom do 8 de janeiro, adotada pela direita como símbolo das injustiças cometidas pelo STF.
Nem é preciso pesquisar para descobrir se, quando do lavajatismo, o ministro via exagero na caçada, nas evidências de ilegalidades e nas penas de Sergio Moro e Deltan Dallagnol aplicadas contra Lula.
A manchete da Folha atira Bolsonaro nos braços de Fux, ou vice-versa, e avisa: ele pode ser, já na arrancada, o que vocês precisam ter. A mosca na sopa de Alexandre de Moraes.
Com um elemento subjetivo na argumentação, para que a turma baixe a bola. Fux acha que os julgamentos estão acontecendo sob 'violenta emoção'. Põe em dúvida a capacidade de ministros da mais alta Corte adequarem suas emoções e seus sentimentos ao momento que vivem. Também eles foram e continuam sendo atacados.
A manchete vem em momento errado, um dia após a transformação de Bolsonaro em réu, principalmente depois da fala emocionante da ministra Cármen Lúcia em defesa da democracia.
Ao destacar as divergências 'técnicas' de Fux, a Folha deixa o ministro numa situação desconfortável. A manchete é exagerada, por dar a entender que ele sozinho poderia embaralhar o julgamento dos golpistas. Vamos repetir:
"Fux abre caminho para questionar delação de Cid e rever penas do 8 de janeiro no STF".
Abrir caminho? A Folha chamou Fux para andar sobre as águas. Mais tarde, no meio da manhã, alguém deve ter alertado para a formulação bíblica, que foi trocada e ficou assim:
“Fux abre espaço para questionar delação de Cid e revisar penas de condenados do 8/1 no Supremo”.
O abrir caminho foi substituído por abrir espaço e o verbo rever foi trocado por revisar. Ficou mais parecida com a chamada do Estadão:
“Inquérito do golpe: Fux assume papel de 'revisor informal' de Moraes e deve disputar procedimentos da ação de Bolsonaro”.
A Folha comete o erro de reduzir todos os processos ao 8 de janeiro. Alexandre de Moraes repetiu várias vezes, ao falar do primeiro lote de réus do chamado núcleo crucial, que a obra golpista era arquitetada desde meados de 2021 e tem muitos outros momentos e episódios antes da invasão de Brasília.
Os jornalões estão oficializando a função de Fux. Agora, é mais ou menos como o Brasil de Dorival Júnior enfrentando a Argentina de Lionel Scaloni. A Folha é o Romário de Bolsonaro, e Fux é o Raphinha. Vai pra cima deles, Fux.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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