CONGRESSO X STF

Semanas após ameaçar de retaliação o Supremo Tribunal Federal (STF) por derrubar o marco temporal de terras indígenas, líderes da bancada ruralista na Câmara dos Deputados e no Senado Federal se reuniram com o presidente da Corte Suprema, Luís Roberto Barroso, em tom ditado por eles como “apaziguador”. 

A travessia da Praça dos Três Poderes rumo ao Palácio do STF foi feita na tarde desta quarta-feira (18) pelo presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária na Câmara, Pedro Lupion (PP-PR), e pela senadora e ministra da Agricultura no governo Bolsonaro, Tereza Cristina (PP-MS). Na pauta, temas que preocupam a bancada e estão em discussão no Supremo, como identidade ecológica, demarcações, reintegrações e posse de terras, entre outras questões ambientais. 

“[Foi] Totalmente apaziguador. Um encontro que ajuda a distensionar o clima entre os dois Poderes”, garantiu Pedro ao deixar o gabinete presidencial. “Eles [ministros] não têm obrigação de saber de tudo. Precisam entender quais são as pautas prioritárias, os problemas que a gente enfrenta na questão agrária do país para que possam tomar as decisões. E o nosso papel como defensores do setor é apresentar essas questões técnicas e argumentações”, disse.

Os parlamentares apresentaram memoriais e combinaram reuniões com técnicos para atualizar o ministro sobre os temas caros à bancada ruralista. A solicitação de audiência havia sido feita tão logo que Barroso assumiu a Presidência do STF. “Ele se pôs completamente à disposição para abrir o diálogo e podermos manter essas pautas”, afirmou.

Questionado pela reportagem de O Tempo sobre o que foi dito sobre o marco temporal, tese que entrou em tramitação no Congresso dias depois de ter sido derrubada pelo STF, Pedro Lupion desconversou. “Não tratamos. Houve a decisão aqui [no STF], nós já fizemos a votação lá [na Câmara].. Então até eles serem provocados novamente a gente volta a tratar do assunto.”