A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira (10), a 65ª fase da Lava Jato. Apelidada de Galeria, a operação cumpre 11 mandados de busca e apreensão e 1 de prisão preventiva relacionados ao pagamento de propina na construção de Belo Monte e a Transpetro, subsidiária da Petrobras. Na ação, Márcio Lobão, filho do ex-senador e ex-ministro Edison Lobão, foi preso.

Ele foi detido por volta das 7h no Rio de Janeiro. Além do Rio, as equipes policiais também cumprem mandados em Brasília. A intenção é aprender documentos e arquivos de informática que ajudem no aprofundamento das investigações. A ação é realizada em cooperação com o Ministério Público Federal e com a Receita Federal e investiga crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a PF, Edison Lobão, ex-senador e ex-ministro, teria recebido propinas relacionadas a contratos firmados com empreiteira para a construção de usina hidrelétrica no Pará. 


Cerca de 70 Policiais Federais e 18 auditores cumprem ainda os mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. A Polícia Federal investiga ainda contratos de um grupo que atua no ramo de serviços ambientais com empresa de logística no ramo de combustíveis (responsável pelo transporte e logística do combustível dentro do território nacional e operações de importação e exportação de petróleo e de derivados).


A suspeita da PF é a de que os valores indevidos recebidos por Lobão teriam sido incorporados a seu patrimônio por meio de "transações sobrevalorizadas de obra de artes, inclusive em nome de laranjas, simulações de compra e venda de imóveis, simulação de empréstimos, depósitos fracionados em espécie e utilização de contas e transações financeiras no exterior".


Segundo a PF, o ajuste de pagamentos e a coleta das propinas teriam ficado a cargo de Márcio. Ele teria recebido mais de R$ 10 milhões do grupo econômico investigado e pela construtora envolvida, com intermediação de um ex-presidente da empresa de logística no ramo de combustíveis, diz a corporação.


O nome da operação, Galeria, remete às transações com obras de arte que teriam sido utilizadas como forma de dar aparência lícita aos valores provenientes de vantagens indevidas, diz a PF.


Até o publicação desta matéria, a reportagem não havia obtido o posicionamento dos citados. O espaço está aberto para as manifestações.