A avaliação do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre a invasão e depredação do Capitólio em Washington gerou reação dos diplomatas no Itamaraty, um movimento considerado “raro”, segundo o jornalista Jamil Chade.

Numa sequência de tweets nesta quinta-feira (7), o chanceler brasileiro minimizou a invasão do Capitólio dos EUA por extremistas estimulados por Trump e disse que “o direito do povo de exigir o bom funcionamento de suas instituições é sagrado”.

Menos de 24 horas depois das postagens, nesta sexta, a Associação e Sindicato dos Diplomatas Brasileiros (ADB) respondeu aos comentários do chefe da pasta, sem citar seu nome, distanciando-se do posicionamento do aliado de Trump.
 
 "A respeito dos acontecimentos que ocorreram esta semana em Washington-DC, nos EUA, a ADB Sindical registra o entendimento de que manifestações populares são uma dimensão indissociável dos direitos e garantias fundamentais salvaguardados em qualquer regime democrático", disse a ADB. 

"Nas democracias, divergências e insatisfações, sobretudo de natureza política, são inerentes à vida em sociedade e devem ser encaminhadas pacificamente pelas vias institucionais democraticamente criadas para esse fim", afirmam. "O recurso à violência deve ser liminarmente repudiado, quaisquer que sejam seus autores", completam.


Último aliado de Trump, Bolsonaro não condenou o ataque às instituições dos Estados Unidos, ao contrário da grande maioria dos líderes mundiais. Em vez disso, também fortaleceu a tese de fraude na eleição e indicou que o mesmo pode se repetir em 2022 no Brasil.