CONGRESSO NACIONAL

O Exército Brasileiro confirmou que orientou o tenente-coronel Mauro Cid a vestir a farda militar para comparecer à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos criminosos de 8 de janeiro. O militar, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), compareceu ao Congresso Nacional para depoimento nesta terça-feira (11), mas decidiu permanecer em silêncio.

"O Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Tenente-Coronel Mauro César Barbosa Cid foi orientado pelo Comando do Exército a comparecer fardado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), pelo entendimento de que o militar da ativa foi convocado para tratar de temas referentes à função para a qual fora designado pela Força", informou a nota emitida pela instituição militar.

A postura de Cid diverge da adotada pelo coronel Jean Lawand Junior, que foi à CPMI para depor, em 27 de junho, sem vestir sua farda militar. Ele chegou a ser questionado pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) se tinha recebido alguma orientação sobre a vestimento, mas negou.

Na ocasião, Lawand era interrogado sobre suas mensagens com Mauro Cid, em que sugeria que o tenente-coronel convencesse Bolsonaro a dar um golpe de Estado. Segundo Lawand, as mensagens foram trocadas por ele como pessoa civil, e não militar, por isso, compareceu sem sua farda.

A conversa foi encontrada pela Polícia Federal no celular de Cid, que está preso desde maio e compareceu à CPMI nesta terça sob escolta policial. Antes, o militar teve um pedido de quebra de sigilo telemático aprovado pela CPMI.