O ex-presidente da República e  senador Fernando Collor (PROS-AL) é alvo, nesta sexta-feira,  de operação da Polícia Federal que investiga esquema de lavagem de dinheiro por meio de compras de imóveis por laranjas em leilões de bens penhorados pela Justiça.
 
A operação, batizada como Arremate, ocorre na manhã de hoje em e em Maceió, Alagoas,  e Curitiba, no Paraná. No total, foram expedidos 16 mandados de busca e apreensão nesta duas cidades, autorizados pelo  Supremo Tribunal Federal (STF).

Conforme a  Polícia Federal, Collor é suspeito  de ser o responsável de liderar o esquema  de arremate de imóveis em 2010, 2011, 2012 e 2016. A PF aponta que o político utilizaria um "laranja" com a proposta de "ocultar a sua participação como beneficiário final das operações.

Ainda de acordo com a PF, os valores sob investigação são de aproximadamente R$ 6 milhões, em valores ainda sem as devidas correções monetárias. Os envolvidos poderão responder na medida de suas responsabilidades pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, peculato, falsificação e por integrar organização criminosa.

Entenda o caso


Os crimes teriam ocorrido a partir da compra de imóveis em hastas públicas em 2010, 2011, 2012 e 2016. Hasta é um ato da justiça pelo qual são vendidos bens de um devedor, para que, com o dinheiro da venda, possa-se pagar a um credor e as custas de um processo de execução de dívida.

A corporação diz que o senador teria utilizado uma pessoa interposta ("testa-de-ferro") para ocultar sua participação como beneficiário final das operações.

"As compras serviriam para ocultar e dissimular a utilização de recursos de origem ilícita, bem como viabilizar a ocultação patrimonial dos bens e convertê-los em ativos lícitos", diz a Polícia Federal.

No conjunto de ilícitos em apuração estão os crimes de lavagem de ativos, corrupção ativa, corrupção passiva, peculato e falsificações, além de integrar organização criminosa.

Defesa


A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa e com o gabinete do senador. O espaço está aberto para manifestações. ( Com Estadão Conteúdo)