Demitido na semana passada do comando militar do Planalto pelo comandante do Exército, general Tomás Paiva, o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes foi alvo de relatos duros feitos por policiais militares à Corregedoria da Polícia Militar do Distrito Federal após a noite de 8 de janeiro, dia em que terroristas bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.

Segundo Guilherme Amado, do Metrópoles, policiais contaram que quando tentaram desmobilizar o acampamento bolsonarista montado em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília na noite de 8 de janeiro, foram impedidos por Dutra de Menezes.

O general teria ido além de impedir a ação policial, fazendo uma ameaça aos agentes: se a operação fosse levada adiante, haveria um "banho de sangue". "A frase chocou os policiais. Se haveria um 'banho de sangue', só havia duas hipóteses: ou o general acabara de admitir que o Exército tinha conhecimento de que havia bolsonaristas armados no acampamento que diziam ser 'familiar' ou ele estava sugerindo que seriam os próprios militares quem disparariam contra os policiais", explica a reportagem.

Os policiais perguntaram ao militar se ele estaria sugerindo que havia no acampamento pessoas armadas. Ele mudou o tom e o rumo da conversa, dizendo que se referia a possíveis acidentes que poderiam ocorrer durante a ação da PM. A explicação do general não convenceu os policiais militares, que continuaram avaliando a declaração de Dutra de Menezes como uma ameaça a quem tentasse agir contra os golpistas abrigados no acampamento.