Brasília - Em coletiva realizada na Câmara dos Deputados poucos minutos antes de se dirigirem ao Supremo Tribunal Federal, nesta quarta-feira (7), lideranças do PT criticaram a decisão de transferir o ex-presidente Lula de Curitiba para Tremembé, em São Paulo.

O ex-ministro Fernando Haddad alertou que o país enfrenta uma escalada autoritária desde a posse de Jair Bolsonaro. "Estamos numa escalada autoritária no Brasil e há duas semanas ela mudou de patamar. Não vamos sair da rua enquanto a justiça não for feita", enfatizou o ex-ministro.

Haddad destacou que Lula é um preso político e está há 16 meses em Curitiba, mas há um mês, com as revelações da Vaza Jato, o cenário mudou.

"De um mês para cá, as mensagens {divulgadas pelo The Intercept] não deixam dúvidas de que políticos, sobretudo do PT e inclusive ministros da Suprema Corte que tinham uma orientação diferente da força-tarefa, estavam sendo ameaçados nos bastidores da operação. Instrumentos ilegais estavam sendo articulados contra quem se interpusesse. E é nesse momento que o país se vê de frente de uma nova decisão que fere a jurisprudência sobre o tema", destaca.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), destacou que a legenda realizaria um evento para apresentar o Plano Emergencial para geração de Empregos, elaborado pelo partido. Porém, foi alterado diante do que chamou de mais um ataque contra o ex-presidente.

"Iríamos apresentar um plano que gestado pelo PT, mas em razão da violência que se procedeu contra o presidente Lula, em um ato completamente extemporâneo, decidimos suspender para dar enfrentamento e combate a essa violência", disse Gleisi.

Ela destacou que o processo judicial é uma farsa desde o início e Lula é vítima. "Isso já era dito em seus processos, mas ficou claro com as revelações trazidas pelo The Intercept e por outros órgãos de comunicação sobre a atuação política de Sergio Moro. E mais uma vez o presidente Lula é vítima de Sergio Moro", destacou ela, lembrando que a Polícia Federal foi quem pediu a transferência do presidente Lula das instalações da PF de Curitiba. A PF é subordinada a Sergio Moro.

"E numa velocidade inacreditável, o Departamento de Execusões Penais do TJ de São Paulo deferiu o pedido no mesmo dia, na mesma data e exaterminou que o ex-presidente seja transferido para um presídio comum e que fique sob a tutela da polícia de João Doria. Não temos dúvida do que esta acontece é uma atuação do agora ministro Sergio Moro. Atuando politicamente para perseguir e prejudicar o ex-presidente Lula", afirmou