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Madri — Depois de o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, se lançar como ponta de lança visando o fechamento do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, agora, foi a vez de a primeira vice-presidente e ministra de Assuntos Econômicos e Digitais da Espanha, Nadia Calviño, dizer que a parceria entre os dois blocos econômicos é estratégica. Ela ressaltou que a Espanha assumirá, a partir de julho, a presidência rotativa de UE, o que será um passo importante para acelerar as negociações, que se arrastam há mais de 20 anos. “O acordo entre o Mercosul e a União Europeia é uma oportunidade única, não só do ponto de vista econômico, mas, também, do geopolítico e da multilateralidade”, afirmou.
Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que falou para uma plateia de cerca de 200 empresários e investidores, a vice-presidente ressaltou que a Espanha é hoje a porta de entrada na Europa para a África e para as Américas. Com o Brasil, acrescentou, as relações são muito profundas. Apenas para dar a dimensão de como os dois países estão ligados, ela frisou que a Espanha é o segundo maior investidor estrangeiro no país, com estoque de US$ 63 bilhões, e o Brasil, o maior fornecedor de produtos para o país europeu. Quando se olha para a América Latina, os espanhóis são o segundo exportador para a região.
Segundo Lula, se dependesse só do Brasil, o acordo entre os dois blocos econômicos seria fechado até julho. Mas ele admitiu que, mesmo faltando poucos detalhes para que a assinatura da parceria se concretize, tudo leva a crer que o prazo mais viável é até o fim do ano. O governo brasileiro vem conversando com os sócios do Mercosul — Argentina, Paraguai e Uruguai — para tentar aparar as arestas. O mesmo estão fazendo Portugal e Espanha, pois há resistências dentro da União Europeia, especialmente nas questões agrícolas, ambientais e trabalhistas.
Seis anos de insensatez
Enquanto as negociações finais para o acordo entre Mercosul e EU avançam, o líder brasileiro pediu aos empresários espanhóis para que ampliem os investimentos no Brasil. Ele disse que, além do enorme mercado consumidor, o país oferece projetos, principalmente na área de infraestrutura, que terá um pacote de obras lançado em maio, credibilidade estabilidade política, econômica e social, previsibilidade e segurança jurídica. Destacou, porém, que a taxa básica de juros (Selic), definida pela Banco Central brasileiro, de 13,75% ano, é um empecilho aos negócios. “Mas os espanhóis podem oferecer juros menores, se quiserem”, brincou.
Para Lula, também é importante aumentar a corrente comercial entre Brasil e Espanha, hoje, beirando os US$ 10 bilhões por ano. “Essa corrente é maior do que a que temos com a França ou com a Itália, mas pode aumentar muito mais”, disse. Uma das maiores oportunidades no Brasil, garantiu o presidente, está no setor de energias renováveis, em que o país já vem se destacando na produção de hidrogênio verde. Ele também conclamou os empresários brasileiros a investirem fora do país, para que suas empresas se tornem multinacionais e gerem divisas para o Brasil.
O presidente afirmou que uma de suas obsessões, desde que tomou posse, é recolocar o Brasil no mapa do investimento produtivo. “O país precisa de recursos para voltar a crescer, gerar empregos, permitir a inclusão social, sempre levando em conta as questões ambientais. No entender dele, quando se trata de oferecer melhores condições de vida à população, não se importa de conversar com nenhum país, mesmo de ideologias diferentes, desde que haja respeito entre os Estados. Para ele, os últimos seis anos foram marcados pela insensatez, uma vez que o país se distanciou de todo mundo. “Eu fui o último presidente a vir a Espanha, antes deste terceiro mandato”, assinalou.
O brasileiro encerra, nesta quarta-feira (26-04), sua primeira visita à Europa, após empossado. Passou cinco dias em Portugal, onde assinou 13 acordos com o governo local durante a 13ª Cimeira Luso-brasileira. Desembarcou em Madri para conversas com representantes de sindicatos de trabalhadores, empresários e investidores. Antes de embarcar de volta ao Brasil, fala com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, e com o Rei Felipe VI.
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Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que falou para uma plateia de cerca de 200 empresários e investidores, a vice-presidente ressaltou que a Espanha é hoje a porta de entrada na Europa para a África e para as Américas. Com o Brasil, acrescentou, as relações são muito profundas. Apenas para dar a dimensão de como os dois países estão ligados, ela frisou que a Espanha é o segundo maior investidor estrangeiro no país, com estoque de US$ 63 bilhões, e o Brasil, o maior fornecedor de produtos para o país europeu. Quando se olha para a América Latina, os espanhóis são o segundo exportador para a região.
Segundo Lula, se dependesse só do Brasil, o acordo entre os dois blocos econômicos seria fechado até julho. Mas ele admitiu que, mesmo faltando poucos detalhes para que a assinatura da parceria se concretize, tudo leva a crer que o prazo mais viável é até o fim do ano. O governo brasileiro vem conversando com os sócios do Mercosul — Argentina, Paraguai e Uruguai — para tentar aparar as arestas. O mesmo estão fazendo Portugal e Espanha, pois há resistências dentro da União Europeia, especialmente nas questões agrícolas, ambientais e trabalhistas.
Seis anos de insensatez
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Para Lula, também é importante aumentar a corrente comercial entre Brasil e Espanha, hoje, beirando os US$ 10 bilhões por ano. “Essa corrente é maior do que a que temos com a França ou com a Itália, mas pode aumentar muito mais”, disse. Uma das maiores oportunidades no Brasil, garantiu o presidente, está no setor de energias renováveis, em que o país já vem se destacando na produção de hidrogênio verde. Ele também conclamou os empresários brasileiros a investirem fora do país, para que suas empresas se tornem multinacionais e gerem divisas para o Brasil.
O presidente afirmou que uma de suas obsessões, desde que tomou posse, é recolocar o Brasil no mapa do investimento produtivo. “O país precisa de recursos para voltar a crescer, gerar empregos, permitir a inclusão social, sempre levando em conta as questões ambientais. No entender dele, quando se trata de oferecer melhores condições de vida à população, não se importa de conversar com nenhum país, mesmo de ideologias diferentes, desde que haja respeito entre os Estados. Para ele, os últimos seis anos foram marcados pela insensatez, uma vez que o país se distanciou de todo mundo. “Eu fui o último presidente a vir a Espanha, antes deste terceiro mandato”, assinalou.
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