O PL montou uma estratégia de urgência para abafar o escândalo das joias de R$ 16,5 milhões dadas pela monarquia saudita ao casal Bolsonaro, que tentou trazer os objetos ilegalmente para o Brasil. Segundo a coluna da jornalista Bela Megale, de O Globo, o objetivo é  evitar a exposição pública da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro “até a poeira baixar”.

Até então, Michelle vinha ampliando as aparições públicas e nas redes sociais visando fortalecer o partido junto ao eleitorado feminino para a campanha de 2024, por meio do comando do PL Mulher.  Um dos destaques previstos até então era capitalizar o Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março. 

O discurso oficial para justificar a nova rota é que a data já tem muitas pautas da esquerda e que Michelle não deve, por ora, se expor. Nos bastidores é falado abertamente que ela precisa ‘ficar preservada’ neste momento, destaca a reportagem. Integrantes do PL também criticaram a reação de Michele após o escândalo ser revelado pela imprensa e afirmam que ela “não entendeu a gravidade do caso e a repercussão negativa para sua imagem e, por consequência, para o PL, que aposta alto na esposa de Jair Bolsonaro”.

O PL, que vem mantendo silêncio sobre o caso desde que o caso foi revelado, deverá realizar uma reunião nesta segunda-feira (6) para discutir o escândalo. As discussões deverão ter como base uma pesquisa interna apontando a forte repercussão negativa nas plataformas e “avaliar as respostas possíveis, incluindo como reagir nas redes digitais”.

A Polícia Federal deverá abrir um inquérito nesta segunda-feira (6) para investigar possíveis ilegalidades na entrada das joias no Brasil. Os objetos foram apreendidos pela Receita Federal em 2012 e o governo Bolsonaro tentou reaver o material em pelo menos oito ocasiões diferentes.