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De acordo com o especialista, hoje, o foco está voltado para as grandes plataformas. “Ninguém está olhando para a fonte rica que são os provedores de acesso”, avisou. No caso brasileiro, revelou que quase 40% das conexões são prestadas por pequenos e médios provedores, que têm atuação municipal e não estão submetidos à mesma carga regulatória.
Diante disso, os municípios brasileiros são mais vulneráveis à colheita de dados de usuários para alimentar essas operações. “O dado pessoal é a matéria prima para campanhas massivas de desinformação”, pontuou.
Veja como se produz fake News
Tavares explicou como se faz uma campanha de propaganda na internet, a partir da identificação de usuários-alvo. Primeiro, segundo ele, cria-se um conteúdo “inflamatório” que é injetado numa “bolha” virtual, que vai funcionar como uma câmara de eco, gerando interações.
Para esse objetivo, não interessa se as reações são positivas (curtidas e compartilhamentos) ou negativas (críticas e contestações). O importante aí seria movimentar o conteúdo. “Essas interações são entendidas pelos algoritmos da plataforma como um sinal de relevância e autoridade. Os algoritmos são manipulados a acreditar que aquela conta tem relevância maior do que as demais. Assim, os próximos conteúdos terão uma relevância orgânica maior”.
A partir daí, a repercussão poderá atrair a atenção da mídia tradicional, transformando-a em “assunto do momento”. Com isso, gera ainda mais repercussão. O processo é adaptado para vários contextos e repetido.
Método atende a qualquer linha ideológica
Disse mais, que esse método não é exclusivo de nenhuma linha ideológica. Ou seja, pode ser aplicado sobre qualquer tipo de conteúdo e para qualquer tipo de finalidade. “Isso faz com que não haja uma bala de prata contra o problema das fake News”, avisou.
Criminalizar é tiro no pé
De acordo com ele, as tentativas de criminalizar o envio de conteúdos falsos têm se revelado um tiro no pé. “Porque põem em risco as liberdades de expressão, de opinião, de imprensa. Não estamos falando de notícias imprecisas, é algo muito maior. Envolve a utilização massiva de dados pessoais para a amplificação de conteúdos deliberadamente criados para manipular algoritmos e gerar engajamento”.
(*) Fonte: Agência Senado
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De acordo com o especialista, hoje, o foco está voltado para as grandes plataformas. “Ninguém está olhando para a fonte rica que são os provedores de acesso”, avisou. No caso brasileiro, revelou que quase 40% das conexões são prestadas por pequenos e médios provedores, que têm atuação municipal e não estão submetidos à mesma carga regulatória.
Diante disso, os municípios brasileiros são mais vulneráveis à colheita de dados de usuários para alimentar essas operações. “O dado pessoal é a matéria prima para campanhas massivas de desinformação”, pontuou.
Veja como se produz fake News
Tavares explicou como se faz uma campanha de propaganda na internet, a partir da identificação de usuários-alvo. Primeiro, segundo ele, cria-se um conteúdo “inflamatório” que é injetado numa “bolha” virtual, que vai funcionar como uma câmara de eco, gerando interações.
Para esse objetivo, não interessa se as reações são positivas (curtidas e compartilhamentos) ou negativas (críticas e contestações). O importante aí seria movimentar o conteúdo. “Essas interações são entendidas pelos algoritmos da plataforma como um sinal de relevância e autoridade. Os algoritmos são manipulados a acreditar que aquela conta tem relevância maior do que as demais. Assim, os próximos conteúdos terão uma relevância orgânica maior”.
A partir daí, a repercussão poderá atrair a atenção da mídia tradicional, transformando-a em “assunto do momento”. Com isso, gera ainda mais repercussão. O processo é adaptado para vários contextos e repetido.
Método atende a qualquer linha ideológica
Disse mais, que esse método não é exclusivo de nenhuma linha ideológica. Ou seja, pode ser aplicado sobre qualquer tipo de conteúdo e para qualquer tipo de finalidade. “Isso faz com que não haja uma bala de prata contra o problema das fake News”, avisou.
Criminalizar é tiro no pé
De acordo com ele, as tentativas de criminalizar o envio de conteúdos falsos têm se revelado um tiro no pé. “Porque põem em risco as liberdades de expressão, de opinião, de imprensa. Não estamos falando de notícias imprecisas, é algo muito maior. Envolve a utilização massiva de dados pessoais para a amplificação de conteúdos deliberadamente criados para manipular algoritmos e gerar engajamento”.
(*) Fonte: Agência Senado