Após duas semanas da visita do governador de São Paulo, João Dória (PSDB), a Minas Gerais, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), desembarcará em Belo Horizonte, na próxima sexta-feira (15), para agenda junto à Executiva estadual da sigla enquanto pré-candidato à Presidência da República. Leite terá compromissos ainda em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, e em Poços de Caldas, no Sul de Minas, no sábado. O governador do Rio Grande do Sul já tem o apoio da alta cúpula tucana de Minas nas prévias nacionais do PSDB para a escolha do candidato ao Palácio do Planalto.

Embora esteja prevista a visita a três cidades em apenas dois dias, a agenda de Leite é considerada curta. A agenda é parte da campanha do governador em busca de apoio para as prévias nacionais em 21 de novembro – caso haja segundo turno, acontecerá em 28 de novembro. Ao contrário do que ocorreu com Dória, a visita de Leite deverá ter adesão. Inclusive, ele tem um encontro agendado na sexta, às 16h, no Grand Dayrell Hotel, com tucanos com mandato em vigência, cujo voto tem maior peso nas prévias. Enquanto o voto dos filiados valerá 25% nas prévias, o de mandatários e dirigentes partidários terá peso de 75%.

O encontro deve reunir, por exemplo, deputados federais como Aécio Neves, Eduardo Barbosa, Rodrigo de Castro e Paulo Abi-Ackel, além de deputados estaduais como Antônio Carlos Arantes, Dalmo Ribeiro, Gustavo Valadares, João Leite e Tito Torres. A militância, representada por grupos como PSDB Mulher, PSDB Jovem, PSDB Sindical, Tucanafro e Diversidade Tucana, também deve estar presente. Há expectativas de que haja entre 300 e 400 presentes.

A exceção será o vice-presidente da Executiva nacional, deputado Domingos Sávio. Apesar da confluência da Executiva estadual em torno do nome de Eduardo Leite, Sávio defende a pré-candidatura de João Dória. Além de Dória, o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto. O deputado, inclusive, foi um dos únicos mandatários mineiros a participar da agenda do governador de São Paulo em Minas há 15 dias. Tanto Gustavo Valadares quanto Abi-Ackel admitiram à coluna Em Tempo que a vinda de Dória não fora costurada pela Executiva estadual. 

Quando anunciou o apoio à pré-candidatura de Leite, a Executiva estadual do PSDB pontuou que a deliberação estava alicerçada na sua “capacidade administrativa”. “Especialmente à frente do governo gaúcho, onde, com sua liderança e ampla articulação política, conseguiu resolver graves problemas que afetavam o Rio Grande do Sul. Prevaleceu para a decisão, o reconhecimento de que Eduardo Leite tem enorme história de militância no PSDB. Além disso, é o candidato a se apresentar nas prévias internas com interlocução em todas as forças políticas do centro e em condições de construir uma forte terceira via para as eleições presidenciais”, justificou, em nota, o partido. 

Há a avaliação interna de que não houve esforço para a adesão dos tucanos mineiros à candidatura de Leite, já que João Dória não teria muita simpatia dos militantes após defender algumas vezes a saída de Aécio Neves do PSDB. Os próprios mandatários teriam endossado à Executiva estadual, antes mesmo da deliberação, o apoio à pré-candidatura do governador do Rio Grande do Sul.