INDICADOS DE HADDAD

Rodrigo Teixeira assumirá a Diretoria de Administração, enquanto Paulo Picchetti substituirá Fernanda Guardado na Diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos
 
Os economistas Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira tomarão posse na terça-feira (2) como diretores do Banco Central (BC). A posse segue a aprovação das indicações pelo Senado Federal e a publicação dos decretos de nomeação no Diário Oficial da União (DOU).

Paulo Picchetti, professor de Economia na Fundação Getulio Vargas de São Paulo e PhD em Economia pela University of Illinois at Urbana-Champaign, e Rodrigo Alves Teixeira, servidor de carreira do BC com doutorado em Economia pela Universidade de São Paulo, assumirão como diretores, com mandatos até 31 de dezembro de 2027, renováveis por mais quatro anos conforme a Lei de Autonomia do BC.

Além disso, haverá mudanças na Diretoria Colegiada: Carolina Barros ocupará a Diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, sucedendo Maurício Moura, cujo mandato terminou em 31 de dezembro de 2023. 

Rodrigo Alves Teixeira assumirá a Diretoria de Administração, enquanto Paulo Picchetti substituirá Fernanda Guardado na Diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, cujo mandato também finalizou em 31 de dezembro de 2023.

Essas alterações, realizadas em plena concordância da Diretoria Colegiada, seguem as diretrizes do Regimento Interno do BC. Agradece-se o trabalho dedicado de Fernanda Guardado e Maurício Moura, fundamentais para manter a excelência nas entregas do BC para a sociedade.

Taxa Selic e Copom

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá mais influência sobre os rumos da inflação oficial neste ano com as posses de Picchetti e Teixeira ao BC, responsável por definir taxa básica de juros (Selic). Eles se juntarão a Gabriel Galípolo ( Política Monetária) e Ailton de Aquino (Fiscalização). 

Galípolo e Aquino tomaram posse em agosto do ano passado, quando o BC iniciou o ciclo de reduções da taxa Selic. À época, a inflação oficial estava em 13,75%, patamar que perdurou por um ano, de agosto de 2022 ao mesmo mês de 2023. 

Ano passado, o BC fez quatro reduções sucessivas na inflação oficial. Em dezembro, após último encontro do Copom, a Selic foi fixada em 11,75%. A inflação oficial, então no patamar de 13,75%, inviabilizava o Executivo Federal de tomar grandes empréstimos a juros tão altos, o que emperrava o investimento em obras e infraestrutura. 

O Palácio do Planalto ainda considera o atual patamar de 11,75% elevado. Durante mais de nove meses do ano passado, Lula e governistas miraram artilharia na autoridade monetária e no presidente do BC, Roberto Campos Neto. 

O BC tem autonomia, ou seja, o presidente da República não pode demitir o chefe do órgão. Ainda assim, Lula aumenta a influência do governo dentro da instituição com a indicação dos novos diretores.