SOBRE DENÚNCIA


O senador Marcos do Val (Podemos-ES), que denunciou uma suposta tentativa de golpe arquitetada pelo ex-deputado Daniel Silveira (Sem Partido) e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou que a acusação não foi apenas para atingir o governo passado, mas também com a intenção de "chegar ao Lula".


Questionado pela Globo News sobre o motivo pelo qual ele fez as denúncias apenas neste instante, o parlamentar declarou: “Estou fazendo um movimento que eu vou chegar no Lula.  Na próxima, eu vou chegar no Lula”.

Durante a entrevista, Do Val confirmou que Bolsonaro escutou toda a conversa e não se manifestou contra quando Silveira propôs um golpe de Estado.

“Na hora, eu fiquei assim, se ele tá tranquilo… o GSI deve tá gravando. E ele ficou só ouvindo. Meio assim: ‘Se o Duval aceitar, eu aceito’. Como ele estava em silêncio e eu nunca tive liberdade com ele… eu desconfiei”, afirmou.

Do Val também não soube dizer se a reunião que fez com o ex-presidente teria ocorrido no Palácio do Alvorada ou na Granja do Torto.

O Palácio do Alvorada é a moradia oficial do presidente da República. Já o Palácio do Jaburu é a residência oficial do vice-presidente.

Golpe de Estado

O senador Marcos do Val revelou em uma live em redes sociais, na madrugada desta quinta-feira (2/2), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) o coagiu para que ele participasse de um golpe de Estado.
Bolsonaro pediu a Marcos do Val para gravar Moraes, diz revista 

Em entrevista à revista Veja, do Val contou que foi escolhido pela sua proximidade com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, o objetivo era gravar conversas na tentativa de flagrar alguma fala "comprometedora" de Moraes, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de que teria interferido nas eleições. Com isso, Bolsonaro conseguiria, supostamente, anular o resultado das eleições.

Ideia surgiu de Silveira 
 
O senador alega que ficou assustado, pois nunca defendeu um golpe. Para ele, a ideia foi instigada por Daniel Silveira. 

"Sei que o Daniel troca muita informação com o presidente, e talvez isso tenha influenciado de alguma maneira o que aconteceu. O Daniel disse que eu ia salvar o Brasil e o presidente repetiu. O Daniel estava lá instigando e o presidente comprou a ideia. Não consigo imaginar alguém vindo ao meu gabinete para tratar de um assunto desse. Uma coisa meio irracional", disse.
 
Qual a participação de Marcos do Val? 
 
Apesar de não ter aceitado participar da ação, ele acredita que foi escolhido por conta da sua proximidade com o ministro Alexandre de Moraes. De acordo com os relatos do senador, apenas cinco pessoas sabiam do plano. 

"Muita gente sabe que tenho uma ligação com o ministro Alexandre de Moraes. Quando ele foi secretário de Segurança de São Paulo, e o Geraldo Alckmin era governador, fui contratado para dar treinamento para a polícia paulista. Não somos íntimos, mas temos um excelente relacionamento. Por isso - e também por dever cívico e de consciência -, relatei a ele o que estava acontecendo. Era a coisa certa a ser feita", finalizou.