Nesta quinta-feira (13), o deputado federal Danilo Cabral (PSB), protocolou uma representação no Conselho de Ética da Presidência da República contra o ministro da Economia Paulo Guedes. Na avaliação do parlamentar, o ministro violou as regras de conduta ética exigidas para o cargo, quando fez comentários relacionados a alta do dólar e a ida de brasileiros aos Estados Unidos, enfatizando que "todo mundo" estava podendo viajar. 

"Todo mundo indo para a Disneylândia, empregada doméstica indo para Disneylândia, uma festa danada", disse o ministro durante evento em Brasília. Na sequência das declarações, Guedes também recomendou que os brasileiros viajem pelo Brasil. No mesmo dia, o dólar bateu o quarto recorde de valor nominal consecutivo em relação ao real. A moeda americana encerrou o dia vendida a R$ 4,35, em alta de 0,55%.
 
"Em menos de uma semana, o ministro fez duas declarações desastrosas. Primeiro, chamou o conjunto de servidores públicos de parasitas e, ontem, ao analisar a alta do dólar, atacou as empregadas domésticas", justificou o socialista. O deputado oposicionista defende que a atitude do ministro reflete as prioridades do governo federal. "Alguém tem dúvidas ainda que esse governo é elitista, preconceituoso e contra os pobres?", questiona.
 
Na sexta-feira passada, em uma palestra na Fundação Getúlio Vargas do Rio, o ministro Paulo Guedes comparou os servidores públicos a parasitas. Ele declarou: "O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação. Tem estabilidade de emprego, tem aposentadoria generosa, tem tudo. O hospedeiro está morrendo, e o cara virou um parasita. O dinheiro não chega ao povo, e ele quer aumento automático. Não dá".
 
Após a repercussão negativa destas declarações sobre o funcionalismo público, o ministro da Economia se retratou.