SUPREMO

O deputado Professor Cleiton, do bloco de oposição ao governador Romeu Zema (Novo) e líder do Partido Verde na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), disse nesta sexta-feira (8/8) que o chefe do Executivo mineiro “desonra o cargo” ao criticar o Supremo Tribunal Federal (STF).

O parlamentar lembrou que foi o Supremo que suspendeu o pagamento da dívida de Minas Gerais com a União, avaliada em mais de R$ 170 bilhões, permitindo que o estado acertasse suas contas e voltasse a pagar os servidores em dia depois de anos de parcelamento na gestão de Fernando Pimentel (PT) e nos primeiros anos do governo do Novo.

“Infelizmente, o governador do Novo, no afã de se tornar conhecido, desonra o cargo que ocupa na representação do Estado de Minas Gerais. Estado esse que lutou desde a Inconfidência até os dias atuais pela democracia e liberdade”, disse.

O deputado também criticou Zema pelo projeto que aumentou seu salário em quase 300% e pelas isenções fiscais que ultrapassam R$ 20 bilhões. “Ele se vangloria de uma única conquista do seu governo, que é o pagamento em dia dos servidores, obrigação de todo governante. Conquista essa, que só ocorreu em função da liminar do STF, que permitiu o não pagamento da dívida de Minas”, afirmou.

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“Não satisfeito, escala, a cada dia, ataques ao Judiciário, na tentativa de se tornar conhecido e aceito por um campo político que ele voltará a abandonar depois da eleição. Trata-se de um oportunista”, emendou o deputado.

Na tarde desta sexta-feira, em entrevista à GloboNews, Zema criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) pelo julgamento dos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Segundo o governador, a corte “está fazendo uma encenação” no julgamento.

“Me diga em qual lugar do mundo alguém foi condenado a 17 anos de prisão por sentar em uma cadeira. Eu nunca vi isso. Em que lugar do mundo alguém foi condenado a 14 anos por pichar com batom? Também nunca vi isso. Me parece que o STF está querendo holofote”, disse.

Zema também afirmou que a anistia é uma vontade popular, apesar de pesquisas mostrarem que a maioria das pessoas é contra perdoar as invasões de 8 de janeiro. Segundo ele, há uma “má vontade” da cúpula do Congresso Nacional em dar prosseguimento à pauta.

“Na minha opinião, estão querendo mais uma vez calar a boca de uma manifestação que é do povo. As pessoas estão inconformadas. Apesar de ser governador, toda semana eu estou no interior de Minas Gerais, em outras regiões, escutando quem trabalha na ponta, o produtor rural. O que eu estou vendo é uma indignação muito grande e isso só tende a subir dependendo de como a questão for conduzida”, ressaltou.