O candidato à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), o petista Rogério Correia, ajuizou queixa-crime contra o bolsonarista Bruno Engler (PL), que também disputa as eleições para o comando da capital, por difamação eleitoral. No debate dessa quinta-feira (3/10) da "TV Globo", Engler disse que Correia tem “fama de usar substância que rima com cloroquina”, sugerindo que o petista é usuário de cocaína. Ele também apertou uma das narinas, gesto que representa o uso da droga. 

A estratégia usada por Engler é a mesma do candidato a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB),  que acusou seu adversário Guilherme Boulos (Psol) de também fazer uso de drogas. Marçal foi condenado pela Justiça Eleitoral de São Paulo a pagar R$ 30 mil a Boulos por propaganda eleitoral negativa inverídica devido a essas acusações. Também teve que publicar direito de resposta.

De acordo com o petista, o bolsonarista fez a falsa acusação de forma “deliberada, premeditada e maliciosa, com exclusiva finalidade de prejudicar a honra, imagem e reputação do candidato”.

“A acusação feita no debate eleitoral para a prefeitura de Belo Horizonte atribui ao candidato Rogério Correia um status moral extremamente negativo, tendo em vista que possui conteúdo notoriamente injurioso e difamatório, especialmente por não haver qualquer prova da prática real baseada na realidade”, diz um trecho da ação que pede a condenação e o pagamento de R$ 60 mil de indenização por danos morais. 

O candidato também pleiteia o agravamento da pena, pois as “ofensas criminosas foram praticadas durante debate eleitoral de televisão aberta, atingindo milhões de pessoas em tempo real, por meio que facilita sua divulgação”. 

A ação diz ainda que Correia possui histórico de vida marcado por conduta “pessoal e profissional íntegra, proba e responsável e depende diretamente de sua boa reputação para o exercício de sua vida pública, justamente o que Bruno Engler busca macular”.

Questionado sobre a ação, Engler disse que fez apenas um gesto. “Eu não vou comentar sobre quem não está nem perto de chegar no segundo turno. Agora, eu fiz um gesto e não falei nada. Se a carapuça serviu o problema é dele”, Engler sobre ação de Correia.