A comissão de deputados e senadores criada para votar a medida provisória que elimina o desconto da contribuição sindical em folha salarial cancelou mais uma reunião, nesta terça-feira, 14. Desde a semana passada, conforme o jornal "O Estado de S. Paulo" mostrou, integrantes do Centrão e da oposição fizeram um movimento para esvaziar o colegiado e deixar a MP perder a validade, retirando 16 deputados e 16 senadores da comissão e inviabilizando a composição mínima para que o texto fosse analisado.

A MP da contribuição sindical, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, caduca no dia 28 de junho se não for analisada pelo Congresso. A estratégia de esvaziamento foi desenhada pelo presidente do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força, contrário ao conteúdo da medida. "Espero que o governo entenda que ninguém quer tocar essa MP. Acho que eles (o governo) ainda vão tentar votar, mas a sensação que eu tenho é que ninguém quer", disse o parlamentar à reportagem.

Agora, outra reunião da comissão só poderia ser convocada pelo integrante mais velho, hoje o senador Oriovisto Guimarães (PODE-PR). Mesmo que uma nova data seja agendada, o colegiado não tem o mínimo de sete deputados e sete senadores titulares para uma deliberação sobre a medida. 

A obrigatoriedade da contribuição sindical já havia sido derrubada com a reforma trabalhista. Mesmo assim, as empresas podiam descontar o pagamento direto da folha salarial, para quem assim optasse. Pela MP, a contribuição tem que ser feita via boleto bancário.