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O sinal para que comprem e revendam vacina foi dado ao primeiro grupo que viaja nesta segunda-feira à Índia para negociar, em nome de empresas brasileiras, 5 milhões de doses do laboratório Covaxin.
Os executivos do consórcio não viajariam se não tivessem recebido uma senha de Bolsonaro de que poderão negociar a compra das vacinas.
O Ministério da Saúde informou no domingo à noite que o consórcio interessado na vacina indiana deve se submeter aos mesmos critérios da vacinação pública, com ordem de prioridade para vacinação (profissionais da saúde, idosos, etc) e registro de quem vai ser vacinado.
O governo não disse que irá garantir a vacinação de todos os brasileiros e que por isso desestimula a compra privada. Não disse nada.
Mas deveria ter dito que o combate à pandemia é uma questão de saúde pública. É estranho que o tratamento aos laboratórios não seja o mesmo dado a Estados e municípios.
O alerta a governadores e prefeitos foi dado há cerca de um mês, quando Bolsonaro mandou Pazuello ameaçar que só o governo federal poderia coordenar e realizar a vacinação.
Era um recado a João Doria. Mas a ameaça não se renova agora às empresas privadas. Quem irá controlar as listas de pessoas prioritárias nas empresas que venderão vacinas, se o governo não consegue nem comprar seringas?
Se for transformada em negócio, a vacina será o ouro da pandemia. O desespero da população diante da sabotagem do governo vai transformar o mercado da vacina em algo parecido com o mercado da droga.

Vacina contra a covid-19 / DADO RUVIC/ILLUSTRATION/REUTERS
A vacina paga poderá estar disponível muito antes da vacinação em massa pelo SUS. Não será um salve-se quem puder, mas um salve-se quem tiver dinheiro.
É o cenário ideal imaginado pelos genocidas, com a complacência das instituições.
A pandemia no Brasil pode virar um negócio capaz de envergonhar as mais poderosas e cruéis facções de traficantes. Enquanto o mercado estiver enriquecendo alguns, o povo continuará sob controle.
A enrolação de Bolsonaro e Pazuello só está começando, agora num cenário ainda mais confuso, com a participação de clínicas e laboratórios interessados na venda da vacina.
Viveremos o empreendedorismo da peste com a corrida da Serra Pelada da vacina.
*Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.
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O Ministério da Saúde informou no domingo à noite que o consórcio interessado na vacina indiana deve se submeter aos mesmos critérios da vacinação pública, com ordem de prioridade para vacinação (profissionais da saúde, idosos, etc) e registro de quem vai ser vacinado.
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Vacina contra a covid-19 / DADO RUVIC/ILLUSTRATION/REUTERS
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*Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.