Brasília - Depois da realização de uma das maiores obras hídricas do mundo - a transposição do Rio São Francisco - que já começou a revolucionar o acesso à água e a rotina de mais de 12 milhões de pessoas, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, que não tem sequer um ministro nascido na região nordeste, divulga que fará uma parceria com Israel para dessalinizar a água do mar na região e distribuir para a agricultura familiar. Bolsonaro destacou o ex-astronauta e futuro ministro da Ciência e Tecnologia Marcos Pontes para visitar as instalações de dessalinização no país de Benjamin Netanyahu.
Como só acontece em todas as ações que nascem da cabeça de Jair Bolsonaro e de sua equipe, a iniciativa visa "apagar" o legado monumental deixado pelos governos democráticos do PT e de Lula e Dilma.
Bolsonaro teve uma derrota eleitoral demolidora no nordeste, que deu a Haddad 70% dos votos válidos na região. Muitos analistas têm realçado o fato de que o nordeste se tornou uma espécie de "cinturão" da democracia no país, uma vez que a região não elegeu uma legião de políticos alinhados ao fundamentalismo de Bolsonaro.
O projeto de dessalinização da água do mar para a região nordeste sequer foi fruto de estudos sistêmicos e não há clareza de sua viabilidade econômica e logística.
Soa falso também a menção à agricultura familiar, uma vez que todos os movimentos da equipe de transição do governo Bolsonaro é estimular os grandes produtores rurais com políticas direcionas e perdões de dívidas somados à desregulamentação do setor.
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