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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está empenhado em conquistar espaço entre o eleitorado evangélico. A ala, dominada por pautas conservadoras, é a principal defensora do bolsonarismo. A última semana foi recheada de acenos mais diretos do chefe do Executivo — ação aconselhada por setores do governo.
No encontro promovido ontem, na Granja do Torto, com diversos setores da sociedade para tratar da "Petrobras além do petróleo", o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, afirmou que Lula tenta uma aproximação especial como ps eleitores evangélicos.
Fontes ouvidas pelo Correio comentaram sobre a possibilidade de se criar uma secretaria específica para estabelecer um diálogo direto entre o Palácio do Planalto e a ala conservadora. O projeto, debatido durante a transição de governo, no fim de 2022, e incluiria uma Secretaria de Assuntos Religiosos.
No entanto, o presidente Lula resistiu à criação da pasta e preferiu apostar em sinalizações mais discretas. Interlocutores do Planalto afirmam que o chefe do Executivo prefere não demonstrar preferência a nenhum grupo religioso.
Por outro lado, o petista colocou em campo ministros evangélicos que tentam ampliar o contato com essa fatia do eleitorado e política, como Wellington Dias, do Desenvolvimento Social; Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União; Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência.
Iniciativa
Nas últimas semanas, após constatar baixa popularidade entre o eleitorado evangélico, o Planalto preparou a campanha publicitária Fé no Brasil. O projeto foi apresentado a executivos e às assessorias de imprensa dos ministérios pelo ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta, e busca mostrar de forma regionalizada os bons resultados do governo, nas visitas de Lula e seus ministros pelos estados.
O advogado-geral da União, Jorge Messias, que participou ontem da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, minimizou a baixa aprovação do governo Lula entre evangélicos. Ele garantiu que o novo slogan veio do "trabalho que vem desde a campanha e da nossa (governo) aproximação com o segmento".
Messias, como mostrou o Correio, assumiu, junto ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a dianteira na negociação com a bancada evangélica do Congresso. Os deputados Silas Câmara (Republicanos-AM), antecessor de Eli Borges (PL-TO) no comando da bancada evangélica, e Cezinha Madureira (PSD-SP) se encontram frequentemente com o chefe da AGU.
Segundo relatos, eles se reuniram e debateram a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia as isenções tributárias das igrejas, de autoria de Marcelo Crivella (Republicanos-RJ).
A equipe do Ministério da Fazenda trabalhou junto ao relator da matéria, Fernando Maximo (União-RO), para chegar a um consenso que pudesse conquistar apoio entre os parlamentares religiosos, mas ainda não foi suficiente. Crivella está mais próximo do governo, mas o bolsonarismo ainda trava a PEC em miudezas.
"Essa PEC não será votada tão cedo, tem que ficar tudo claro antes. Não apoiei o Lula, votei no Bolsonaro, mas isso não impede de conversar com o governo. Se ele quer se aproximar dos evangélicos, terá que se esforçar mais. Pode escrever isso", disse Cezinha, após reunião com Padilha no mês passado.
Na última semana, Lula evitou citar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas foi mais direto quando, na inauguração da Estação Elevatória de Água Bruta de Ipojuca, em Pernambuco, e disse que "Deus não é mentira", ao citar sobre o perigo da desinformação.
"A gente não pode acreditar porque Deus não é mentira. Deus é a verdade. Ninguém pode utilizar o nome de Deus em vão como eles usam todo santo dia. É por isso que a gente vai ter que mudar este país", declarou.
Na ocasião, Lula citou suas três vitórias como presidente e a transposição do Rio São Francisco e chegou a perguntar aos apoiadores que acompanhavam o evento se eles acreditavam em Deus e em milagres.
Pesquisa
Enquanto o Congresso teve melhora no levantamento do Datafolha — que indicou que as Casas obtiveram a melhor avaliação em 21 anos — o presidente Lula viu sua popularidade oscilar entre os religiosos. Segundo dados da Genial/Quaest, divulgado em março, a desaprovação do atual governo entre os evangélicos é de 62%.
A queda aumentou desde outubro do ano passado, e atingiu o maior patamar desde a realização da primeira pesquisa sobre a gestão petista, em fevereiro de 2023. Desde o último levantamento, divulgado em dezembro passado, a desaprovação entre os evangélicos cresceu seis pontos percentuais, passando de 56% para 62%. A aprovação caiu seis pontos: de 41% para 35%.
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Fontes ouvidas pelo Correio comentaram sobre a possibilidade de se criar uma secretaria específica para estabelecer um diálogo direto entre o Palácio do Planalto e a ala conservadora. O projeto, debatido durante a transição de governo, no fim de 2022, e incluiria uma Secretaria de Assuntos Religiosos.
No entanto, o presidente Lula resistiu à criação da pasta e preferiu apostar em sinalizações mais discretas. Interlocutores do Planalto afirmam que o chefe do Executivo prefere não demonstrar preferência a nenhum grupo religioso.
Por outro lado, o petista colocou em campo ministros evangélicos que tentam ampliar o contato com essa fatia do eleitorado e política, como Wellington Dias, do Desenvolvimento Social; Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União; Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência.
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Nas últimas semanas, após constatar baixa popularidade entre o eleitorado evangélico, o Planalto preparou a campanha publicitária Fé no Brasil. O projeto foi apresentado a executivos e às assessorias de imprensa dos ministérios pelo ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta, e busca mostrar de forma regionalizada os bons resultados do governo, nas visitas de Lula e seus ministros pelos estados.
O advogado-geral da União, Jorge Messias, que participou ontem da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, minimizou a baixa aprovação do governo Lula entre evangélicos. Ele garantiu que o novo slogan veio do "trabalho que vem desde a campanha e da nossa (governo) aproximação com o segmento".
Messias, como mostrou o Correio, assumiu, junto ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a dianteira na negociação com a bancada evangélica do Congresso. Os deputados Silas Câmara (Republicanos-AM), antecessor de Eli Borges (PL-TO) no comando da bancada evangélica, e Cezinha Madureira (PSD-SP) se encontram frequentemente com o chefe da AGU.
Segundo relatos, eles se reuniram e debateram a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia as isenções tributárias das igrejas, de autoria de Marcelo Crivella (Republicanos-RJ).
A equipe do Ministério da Fazenda trabalhou junto ao relator da matéria, Fernando Maximo (União-RO), para chegar a um consenso que pudesse conquistar apoio entre os parlamentares religiosos, mas ainda não foi suficiente. Crivella está mais próximo do governo, mas o bolsonarismo ainda trava a PEC em miudezas.
"Essa PEC não será votada tão cedo, tem que ficar tudo claro antes. Não apoiei o Lula, votei no Bolsonaro, mas isso não impede de conversar com o governo. Se ele quer se aproximar dos evangélicos, terá que se esforçar mais. Pode escrever isso", disse Cezinha, após reunião com Padilha no mês passado.
Na última semana, Lula evitou citar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas foi mais direto quando, na inauguração da Estação Elevatória de Água Bruta de Ipojuca, em Pernambuco, e disse que "Deus não é mentira", ao citar sobre o perigo da desinformação.
"A gente não pode acreditar porque Deus não é mentira. Deus é a verdade. Ninguém pode utilizar o nome de Deus em vão como eles usam todo santo dia. É por isso que a gente vai ter que mudar este país", declarou.
Na ocasião, Lula citou suas três vitórias como presidente e a transposição do Rio São Francisco e chegou a perguntar aos apoiadores que acompanhavam o evento se eles acreditavam em Deus e em milagres.
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Enquanto o Congresso teve melhora no levantamento do Datafolha — que indicou que as Casas obtiveram a melhor avaliação em 21 anos — o presidente Lula viu sua popularidade oscilar entre os religiosos. Segundo dados da Genial/Quaest, divulgado em março, a desaprovação do atual governo entre os evangélicos é de 62%.
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