Cartas escritas por Ana Cristina Valle, a segunda mulher de Jair Bolsonaro, endereçadas ao ex-marido revelam alguns motivos para desentendimentos do casal. O mais esperado e presente: dinheiro. Mas o mais inusitado: Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro e chamado de 02 pelo pai. Trechos dos textos foram divulgados no UOL pela jornalista Juliana Dal Piva, que investiga o patrimônio da família, e a íntegra foi lida no podcast UOL Investiga.

Em uma das cartas, ela deixa clara a desconfiança de Jair sobre a relação dela com Carlos, de quem era madrasta. “Foram muitas as injustiças e ingratidões de sua parte. Nunca fiz nada que pudesse desabonar a minha conduta com você e nossa família. O primeiro ponto onde tudo começou: Carlos”, começa Ana Cristina.

“Por 2 anos, eu o amei, amparei e socorri todos os seus medos e em troca tive o título de sedutora de menor. Ah, como dói, dói muito, fala para ele que meu amor era sincero e puro. Não pornográfico e nunca foi e, se eu desabafei, foi porque ele me passou confiança para me ajudar com você, Jair. Mas nada adiantou”, escreveu.
 
Segundo a reportagem de Dal Piva, “Bolsonaro mantinha enorme desconfiança em relação à ex-mulher”. Ana Cristina, que é mãe de Jair Renan, trabalhou como chefe de gabinete de Carlos entre 2001 e 2008. É a partir desse período que vários integrantes de sua família foram indicados para cargos públicos durante os mandatos dos enteados e do, agora, ex-marido. Ao todo, 18 parentes dela estiveram nomeados em algum momento.